ATA DA DÉCIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 19-3-2009.

 


Aos dezenove dias do mês de março do ano de dois mil e nove, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, Beto Moesch, Dr. Raul, Ervino Besson, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Mauro Pinheiro, Pedro Ruas, Sebastião Melo e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, João Pancinha, Juliana Brizola, Luiz Braz, Marcello Chiodo, Maria Celeste, Mario Manfro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Valter Nagelstein e Waldir Canal. Na ocasião, foram apregoados os seguintes Memorandos, deferidos pelo Senhor Presidente, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo: de nº 019/09, de autoria do Vereador Adeli Sell, nos dias vinte e três e vinte e quatro de março do corrente, em agenda conjunta com o Vereador Sebastião Melo, Presidente deste Legislativo, nos Municípios de São Paulo e Campinas – SP –; de nº 12/09, de autoria do Vereador Beto Moesch, amanhã, na palestra do Professor Doutor Antonio Herman Benjamin, a ser proferida na aula inaugural do Curso de Especialização em Direito Ambiental Nacional e Internacional, às dezenove horas, no Auditório da Escola Superior de Magistratura, em Porto Alegre; de nº 019/09, de autoria do Vereador Dr. Thiago Duarte, no dia de hoje, na Aula Inaugural da Disciplina de Fisiologia da Gestante do Curso de Nutrição da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS –, às quatorze horas, em Porto Alegre; de nº 032/09, de autoria do Vereador Mauro Zacher, no período de vinte e quatro a vinte e seis de março do corrente, na XV Semana Acadêmica Maurício Cardoso, a ser realizada na PUCRS, em Porto Alegre. Também, foi apregoado o Memorando nº 021/09, de autoria do Vereador Adeli Sell, solicitando seja tornado sem efeito o Memorando nº 018/09, encaminhado por Sua Excelência, tendo em vista cancelamento de audiência anteriormente agendada com o Senhor Luiz Barreto, Ministro do Turismo. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 10162223, 10162224 e 10162226/09, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. A seguir, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo Vereador Sebastião Melo, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em prosseguimento, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, tendo o Senhor Presidente informado que neste período seria efetuada homenagem à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, pelo transcurso do quadragésimo aniversário dessa instituição, nos termos do Requerimento nº 021/09 (Processo nº 0756/09), de autoria do Vereador Aldacir José Oliboni. Compuseram a Mesa: o Vereador Sebastião Melo, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; os Senhores Larry Manoel Medeiros de Almeida e Gervásio de Carvalho e a Senhora Maria Inês Nunes Martins, respectivamente Diretor Regional, Diretor Regional Adjunto e funcionária da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. Ainda, como extensão da Mesa, foram registradas as presenças dos Senhores Francisco Santos da Silva e Darci Martins da Rosa Filho, respectivamente Coordenador de Clima Organizacional e Assessor de Comunicação da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Vereador Aldacir José Oliboni, que, em nome da Casa, saudou a empresa homenageada. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Larry Manoel Medeiros de Almeida, que, em nome da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, agradeceu a homenagem prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quarenta e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta e seis minutos, constatada a existência de quórum. Em continuidade, o Senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, do Vereador Cristiano Pinto Becker, da Câmara Municipal de Candelária – RS –; do Deputado Estadual Raul Carrion e da Senhora Maristela Maffei, ex-Vereadora deste Legislativo. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os Vereadores Elias Vidal e Waldir Canal. Após, o Senhor Presidente informou que o período de Comunicações da presente Sessão seria também destinado ao debate de questões atinentes à expansão da linha da Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre Sociedade Anônima – TRENSURB –, nos termos do § 4º do artigo 180 do Regimento. Compuseram a Mesa: o Vereador Sebastião Melo, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; os Senhores Luiz Afonso Senna e Emílio Merino, respectivamente Secretário e Gerente de Projetos da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana; Marco Kapel Ribeiro, representante da Secretaria de Gestão de Acompanhamento Estratégico; Humberto Kasper e Paulo Amaral, respectivamente Superintendente e Diretor de Operações da TRENSURB. Em prosseguimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Senhores Humberto Kasper e Luiz Afonso Senna, que discorreram sobre os serviços prestados pela TRENSURB, apresentando projetos para expansão da linha dessa empresa em Porto Alegre. Durante o pronunciamento do Senhor Humberto Kasper, foi realizada a apresentação de audiovisual referente ao tema abordado por Sua Senhoria. Na ocasião, o Vereador Sebastião Melo manifestou-se acerca da importância da expansão da linha da TRENSURB. Em COMUNICAÇÕES, nos termos do § 5º do artigo 180 do Regimento, os Vereadores Adeli Sell, João Carlos Nedel, Ervino Besson, Beto Moesch, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon e Airto Ferronato manifestaram-se e formularam questionamentos aos Senhores Humberto Kasper e Luiz Afonso Senna acerca do assunto em debate. Na oportunidade, o Senhor Presidente prestou informações acerca do projeto-piloto de segurança preventiva a ser implantado neste Legislativo, em fase experimental, a partir do dia de amanhã. Em prosseguimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Senhores Luiz Afonso Senna e Humberto Kasper para considerações finais e esclarecimentos relativos aos questionamentos formulados pelos Senhores Vereadores. Às dezessete horas e trinta minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezessete horas e trinta e um minutos, constatada a existência de quórum. Após, foi apregoada Declaração de autoria do Vereador Adeli Sell, comunicando seu impedimento em assumir a Presidência deste Legislativo nos dias vinte e três e vinte e quatro de março do corrente, tendo o Senhor Presidente informado que o Vereador Toni Proença, 2º Vice-Presidente, assumirá a Presidência da Câmara Municipal de Porto Alegre nas datas referidas. Ainda, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Beto Moesch, solicitando a retirada de tramitação do Projeto de Resolução nº 028/08 (Processo nº 3239/08). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, manifestaram-se os Vereadores Adeli Sell e João Pancinha. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 1ª Sessão, estiveram o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 005/09, os Projetos de Lei do Legislativo nos 267 e 283/08, 008 e 032/09, o Projeto de Resolução nº 005/08. Às dezessete horas e quarenta e três minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Sebastião Melo, Adeli Sell e Toni Proença e secretariados pelo Vereador Nelcir Tessaro. Do que eu, Nelcir Tessaro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Tendo em vista a proposição do Ver. Aldacir José Oliboni para homenagear os 40 anos da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, eu proponho a inversão da ordem dos trabalhos, para que possamos, imediatamente, entrar no período de Comunicações. Após, retornamos à ordem normal.

Em votação o Requerimento de minha autoria. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Hoje este período é destinado a assinalar o transcurso do 40º aniversário da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, nos termos do Requerimento nº 021/09, de autoria do Ver. Aldacir José Oliboni, Processo nº 0756/09.

Convidamos para compor a Mesa o Sr. Larry Manoel Medeiros de Almeida, Diretor Regional da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, seja bem-vindo. Sintam-se saudados todos os demais parceiros, funcionários, amigos da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos que aqui se fazem presentes, com muita alegria para nós. Convido também o Sr. Gervásio de Carvalho a fazer parte da Mesa conosco.

O Ver. Aldacir José Oliboni, proponente desta homenagem, está com a palavra.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Sebastião Melo; nossas autoridades convidadas para o dia de hoje; Diretor da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, grande lutador, Sr. Larry de Almeida; Sr. Gervásio, que está aqui conosco representando a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. Além das demais autoridades presentes, estão à minha direita, representando a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, muitos coordenadores, supervisores, funcionários, carteiros, cidadãos e cidadãs, sejam todos bem-vindos.

Sabemos nós que em 20 de março de 1969, portanto no dia de amanhã, a Empresa de Correios e Telégrafos, vinculada ao Ministério das Comunicações, foi de uma certa forma instituída e desmembrada de um departamento, e se criou a Empresa de Correios e Telégrafos. Amanhã comemoramos 40 anos de trabalho e dedicação ao Brasil e a todos os brasileiros. Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, quero fazer aqui um pequeno relato da história desta bela empresa, do grande trabalho empenhado pelos seus trabalhadores, o que nos orgulha.

Todos os anos, em 25 de janeiro, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos comemora o Dia do Carteiro. A data resgata a memória da criação em 25 de janeiro de 1663 do Correio-Mor no Brasil, cujo primeiro titular foi Luiz Gomes da Matta Neto, que já era Correio-Mor do Reino em Portugal. Com a sua nomeação, começou a funcionar o Correio do Brasil como uma organização paraestatal e qualificado para receber e expedir toda correspondência do Reino. Vale observar que a palavra correio também significa carteiro, mensageiro, embora o serviço do carteiro, tal como conhecemos hoje, somente tenha tido início, no Brasil, no período da Regência, no século XIX. Mesmo com a criação do Correio-Mor no Brasil Colônia, a entrega das correspondências até meados do século XIX era muito precária. As pessoas relutavam muito em pagar os serviços de correios, preferindo usar mão-de-obra gratuita, como os tropeiros, os bandeirantes e os escravos.

Na história postal brasileira temos um carteiro que se notabilizou: Paulo Bregaro, que levou para o Príncipe Dom Pedro as notícias de Portugal que ensejaram a Independência do nosso Brasil. As palavras proferidas pelo Conselheiro José Bonifácio de Andrada e Silva, ao recomendar pressa na entrega das correspondências, ainda hoje sintetizam a mística do trabalho responsável do carteiro. Dizia ele: “Arrebente e estafe quantos cavalos necessários, mas entregue a carta com toda a urgência.” Em outro momento dizia também: “Se não arrebentar uma dúzia de cavalos no caminho, nunca mais será correio; veja o que faz!” Por seu feito, Paulo Bregaro, é patrono dos Correios.

Em 1835, o Correio da Corte passou a fazer a entrega de correspondência a domicílio. Até então, só tinham direito a essa concessão, pelo Regulamento de 1829, as casas comerciais e os particulares que pagassem uma contribuição anual, na época, de 10 a 20 mil réis. Em 1852, o telégrafo foi introduzido no Brasil, e as pessoas que faziam a entrega de telegramas eram chamadas de mensageiros. Carteiro é a designação privativa do serviço dos Correios. Hoje a palavra carteiro é utilizada indistintamente para entrega de cartas e de telegramas.

A Repartição Geral dos Telégrafos era separada do Departamento de Correios; somente em 1931 é que houve a fusão dos dois serviços, criando-se o Departamento de Correios e Telégrafos - DCT. Em 20 de março de 1969, o antigo DCT foi transformado na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, a ECT.

 

O Sr. João Carlos Nedel: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ilustre Ver. Aldacir José Oliboni, quero cumprimentá-lo pela oportunidade desta homenagem. Em nome da Bancada do Partido Progressista, composta pelo Ver. João Antonio Dib, nosso Líder; pelo Ver. Beto Moesch e por este Vereador, cumprimento a Direção e os funcionários por este evento e pelos 40 anos de sucesso. Sei bem, Diretor Larry, do seu esforço de recompor um quadro de carteiros e de acelerar os nossos CEPs. Sei do seu esforço e faço votos de que o senhor continue sempre se esforçando ao máximo para o bem da população de Porto Alegre. Meus cumprimentos, meus parabéns e vida longa ao Correio! Obrigado.

 

O Sr. Dr. Raul: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Oliboni, cumprimento V. Exª pela excelente idéia de homenagear a nossa Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. Muito especialmente também cumprimento o Diretor, o nosso Coordenador Regional aqui do Estado, Sr. Larry de Almeida; todos os funcionários, desde aquele humilde carteiro, que tanto nos auxilia. Nós que somos Vereadores hoje aqui, se não existisse o Correio, muito provavelmente não o seríamos, por quê? Porque é uma maneira de chegarmos ao bairro, àquela pessoa que muitas vezes não conseguimos atingir, porque temos um trabalho comunitário; se não fosse o Correio chegar lá e divulgar, inclusive a nossa proposta, a democracia ficaria dificultada.

Realmente, o Correio merece todas as nossas homenagens nesses 40 anos de excelentes serviços prestados, muito especialmente na figura do seu Coordenador Regional, que sei que é um funcionário de carreira, que vem galgando passo-a-passo e que, com certeza, não chegou onde está por acaso; porque faz um excelente trabalho em todo o Estado e com todos os funcionários dos nossos Correios e Telégrafos. Parabéns.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Obrigado, Dr. Raul.

 

O Sr. Airto Ferronato: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Oliboni, Sr. Presidente e demais presentes no nosso encontro, eu quero também o parabenizar em nome da nossa Bancada, a do PSB, e dizer que este encontro, para nós, especialmente para mim, tem significância bastante importante, porque nos dá a oportunidade de levar uma mensagem.

Eu sou Funcionário Público, V. Exª sabe, há 34 anos. Trabalhei na União, no Estado do Rio Grande do Sul e estou no Município, sou do Executivo, estou no Legislativo e conheço muito bem o sistema no setor público. Acompanhei nesses 34 anos - não é uma crítica, é só uma reflexão - a idéia trazida de que é a iniciativa privada a salvadora da pátria, e o setor público é o responsável ou seria o responsável pelas mazelas do nosso País. É uma constatação que eu respeito, mas, na verdade, a nossa Empresa de Correios e Telégrafos traz para a sociedade brasileira uma comprovação de que é importante, sim, e tem o nosso apoio a iniciativa privada, mas é indispensável e necessário, em alguns setores da sociedade, das ações desenvolvidas, a existência do setor público e da empresa pública. E a nossa EBCT é uma empresa modelo para o País, daí o porquê de viabilizar essa mensagem de parabéns, de felicidade e de dizer que estamos juntos. Parabéns a V. Exª pela iniciativa.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Obrigado, Ver. Ferronato.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Oliboni, quero saudar V. Exa e parabenizá-lo por esta brilhante iniciativa; saúdo o nosso Presidente, saúdo a Direção do Correio, juntamente com os funcionários, porque é uma empresa que forma uma grande família entre a sua Direção e os seus funcionários. Vossa Excelência foi muito feliz nesta homenagem. Quantas famílias esperam o momento de receber uma correspondência ou uma declaração de amor, homens e mulheres, e essas notícias partem pelo Correio, uma empresa pela qual nós temos que ter o maior respeito, pelo trabalho e por tudo que representa.

Portanto fica aqui, em nome da Bancada do PDT, em meu nome, em nome do Ver. Tarciso, da Verª Juliana, do Ver. Dr. Thiago e do Ver. Mauro Zacher, o nosso abraço muito fraterno. Que Deus ilumine vocês! Que continuem com esse extraordinário trabalho! A sociedade precisa desse trabalho de vocês e tem o maior respeito. Muito obrigado.

 

O Sr. Toni Proença: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Oliboni, Presidente Sebastião Melo, quero os cumprimentar pela iniciativa de prestar esta homenagem aos Correios e Telégrafos. Quero que esta homenagem se estenda a todos os funcionários do Correio, notadamente aos carteiros, que vão lá na ponta, aos mais distantes rincões da Cidade e do campo levar as mensagens que são necessárias para chegar à população.

Nesta homenagem, eu queria lembrar duas histórias que são muito importantes. A primeira delas é como somos, aqui na Câmara e na Prefeitura, procurados por gente que precisa estabelecer, na sua rua, um CEP, porque o CEP - Código de Endereçamento Postal - é quase um título de cidadania para as pessoas, e isso vem do serviço dos Correios. A segunda lembrança que quero eu fazer é que, há alguns anos, a Fundação Getúlio Vargas fez uma pesquisa sobre quais eram as instituições de maior credibilidade do País, e, nas instituições do Governo, ficaram os Correios e Telégrafos com o primeiro lugar e, nos veículos de comunicação, a instituição rádio. Então isso prova a importância do trabalho que desenvolvem e a importância que a população dá ao trabalho que vocês desenvolvem. Parabéns pelos 40 anos.

 

O Sr. Valter Nagelstein: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero cumprimentá-lo, Ver. Oliboni, por esta importante iniciativa. O Ver. Toni Proença, há pouco, acabou se referindo àquilo que eu me referiria, Sr. Presidente, que é o respeito que essa Instituição, que faz hoje 40 anos, goza de todos nós, cidadãos brasileiros, reconhecido através de pesquisa, que consubstancia, na verdade, aquilo que todos nós já sabemos: a importância, Ver. Oliboni, do serviço que é prestado pelos Correios, na circulação de riqueza, na circulação de informações, enfim, um serviço da mais alta relevância. Por isso, os nossos cumprimentos a V. Exª pela iniciativa; cumprimentos aos senhores e a todos os funcionários, em nome da Liderança do Governo, em nome do Prefeito José Fogaça e de todo o nosso Governo, representado nesta Câmara de Vereadores de Vereadores. Parabéns! Desejamos que essa trajetória de sucesso e de êxito construída por todos os senhores permaneça durante muito tempo, que continuem prestando esse imprescindível serviço ao desenvolvimento do nosso País. Muito obrigado.

 

O Sr. Reginaldo Pujol: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço a V. Exª, Ver. Oliboni, e cumprimento-o pela iniciativa de nós hoje, aqui, homenagearmos a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos no transcurso do seu quadragésimo aniversário como empresa sucessora que foi do antigo Departamento de Correios e Telégrafos. A gente já nasceu conhecendo a Instituição e os seus serviços.

Eu quero, com muita sinceridade, me somar às suas homenagens, porque, como Liberal, não professo a ortodoxia e, para algumas coisas, eu me curvo. O monopólio postal exercido pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, enquanto for eficiente como tem sido, deve persistir; mas, quando ele for deficiente, ele tem que ser suspenso. Daí, na homenagem, quero passar também uma responsabilidade ao Dirigente do Correio aqui no Rio Grande do Sul, de continuarem sendo os eficientes servidores públicos que hoje são, dirigindo uma empresa que atende, com grande grau de satisfação, aos anseios da comunidade a qual prestam serviços.

Quando o Ver. Toni fala a respeito da necessidade que muitas pessoas têm de possuírem o seu Código de Endereçamento Postal, eu me lembro de uma colocação filosófica que diz que o ser só vale quando tem identidade, e a identidade da cidadania está em dizer: “Eu moro na rua tal, cujo CEP tem esse número”. Meus parabéns, meus cumprimentos e a certeza de que, no quinquagésimo aniversário, certamente o Correio continuará a merecer as homenagens que hoje está recebendo.

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Aldacir Oliboni, quero cumprimentá-lo em nome da nossa Bancada, V. Exª, que é nosso companheiro também; em nome do nosso Líder em exercício, o Ver. Mauro, e em nome do Ver. Adeli, aqui presentes. Larry, receba os nossos cumprimentos, e, em teu nome, cumprimento os funcionários dos Correios, todos os presentes, os que estão aqui hoje, a Direção também, nosso Presidente Melo e demais presentes à Mesa. Quero dizer que o Brasil passou por períodos obscuros há algum tempo, quando se fez quase querer acreditar que as empresas públicas eram ineficientes e precisavam ser desmontadas, precisavam ser privatizadas, e o Correio esteve em risco. Felizmente foi uma etapa superada; aliás, agora, quando o mundo desaba, aí está a prova do engodo, da mentira que era isto, que só o privado sabia fazer, e que o público não prestava; ao contrário, no Correio, nós temos um extraordinário exemplo de bons serviços prestados à cidadania. Eu fui Diretor-Geral do DMAE, e a nossa referência sempre foi atingir os índices de aprovação que o Correio ostentava em nível nacional, 88%, 89% sempre de aprovação de ótimo e bom. Então eu acho que, por si só, esses números, esses dados, falam muito forte, e nós temos que fortalecer essa idéia, Ver. Oliboni, das empresas públicas, do público bem administrado, principalmente agora no Governo Lula, que tem uma forte diretriz de reforço à idéia do fortalecimento do serviço público, porque ele é quem pode fazer mais, melhor e mais barato para todos os brasileiros. Obrigado pelo aparte.

 

O Sr. DJ Cassiá: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Oliboni, parabéns pela sua iniciativa. Se eu fosse falar dos Correios, eu ficaria o dia todo, a semana toda falando, pelos serviços prestados, pelo reconhecimento que os Correios têm. À Direção dos Correios, aos funcionários dos Correios, quero dar os parabéns pelos 40 anos. Parabéns, Ver. Oliboni, parabéns a todos vocês dos Correios, em nome da Bancada do PTB.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Obrigado, Ver. DJ Cassiá.

Quero pedir, nobre Presidente, a sua colaboração no intuito de fazer aqui o meu encerramento com dados importantes da Empresa de Correios e Telégrafos. Vejam só: para distribuir diariamente 34 milhões de objetos, a Empresa de Correios e Telégrafos conta com o efetivo de 47.176 carteiros, o que representa 48,13% do seu efetivo total de 98,1 mil empregados. Essa atividade, antes reservada apenas aos homens, atualmente é exercida, também, por 3.876 mulheres, ou seja, 8.22%. Está melhorando. Quem sabe, no futuro, melhore mais ainda, porque as mulheres buscam os seus espaços, com certeza. Esse pessoal está distribuído em 681 Centros de Distribuição Domiciliar, local onde a carga postal é separada pelos carteiros por ordem de ruas e de numeração antes de saírem para a entrega domiciliar, em seus respectivos distritos. E mais: há 3.850 agências de Correios com distribuição domiciliária (agências pequenas que não contam com carteiros).

Os carteiros percorrem diariamente cerca de 233 mil quilômetros. E, nessas percorridas diárias, cada carteiro entrega, em média, 1.247 objetos, visitando 350 domicílios. Nossos carteiros têm participado de ações de cidadania desenvolvidas em todo o Estado e destacando-se em Projetos como “Carteiro Amigo - Incentivo ao Aleitamento Materno”, programa iniciado em 1995. A pesquisa de opinião feita em 2002 pela Fundação Instituto de Administração, da Universidade de São Paulo, confirma esta realidade: os Correios estão em primeiro lugar, juntamente com os bombeiros, como entidade de credibilidade, 93% de credibilidade. Quanto à eficiência, 86% dos entrevistados consideram a Empresa muito eficiente e eficiente.

Sobre o carteiro e o seu cotidiano: muito tem sido falado do carteiro como profissional, mensageiro de boas e más notícias, entretanto é aquele que fielmente cumpre a sua missão, tornando-se o principal elo entre as pessoas, independentemente da distância; é, acima de tudo, um admirável ser humano, um brasileiro que, como todos os outros, tem alma e coração; alma para entender o espírito de seu semelhante e disponibilizar o ombro amigo no primeiro momento após o recebimento de uma informação desagradável, e coração para perceber o brilho no olhar de quem recebe aquela tão esperada notícia de um ente querido. Os Correios têm no carteiro o seu mais representativo símbolo de identidade junto à sociedade em geral. É a imagem da empresa que, juntamente com milhões de correspondências, chega diariamente aos diversos lares brasileiros. O carteiro, essa figura simpática, por estar todos os dias passando por nossas casas, é facilmente adotado como um membro da família. Quem de nós já não ouviu a expressão carinhosa: “o meu carteiro” ou “o carteiro lá de casa”. Essa é a forma como tratamos o nosso carteiro. O nosso amigo de todos os dias, aquele que, faça chuva ou faça sol, sempre passará pela nossa porta, deixando uma mensagem de alguém que lembrou de nós.

Os nossos Vereadores, por unanimidade, foram favoráveis a esta homenagem, não só pela não privatização dos Correios, não somente pelo lucro significativo que a empresa traz, mas, principalmente, pelas parcerias que hoje promove, pelo projeto de inclusão social, do qual, com certeza, o nobre Presidente falará para nós. Além disso, há o Projeto de Anistia, e sabemos que inúmeros trabalhadores estão retornando por terem sido demitidos injustamente. É uma grande empresa, que reconhece os erros e que trabalha com o futuro. Em nome da Câmara Municipal, queremos parabenizar a empresa pelos 40 anos de luta e ao mesmo tempo desejar, Larry, muita saúde, muito progresso, para hoje e amanhã. O importante é que, sendo boa ou má notícia, ela chega, dando direito de cidadania a todos os brasileiros. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Muito obrigado, Ver. Oliboni.

O Sr. Larry Manoel Medeiros de Almeida está com a palavra.

 

O SR. LARRY MANOEL MEDEIROS DE ALMEIDA: Excelentíssimo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Sebastião Melo; Excelentíssimo Vereador proponente desta homenagem, Ver. Aldacir Oliboni; saudamos todos os Vereadores aqui presentes, Vereadores que se manifestaram com belas palavras aqui na tribuna e todos os Vereadores que, com certeza, trazem um carinho muito especial aos Correios; saudação ao nosso Diretor Adjunto, Sr. Gervásio, e, saudando-o, quero saudar todos os colegas dos Correios do Rio Grande do Sul, os colegas presentes e aqueles que não puderam estar aqui presentes, porque a carta, o sedex têm que chegar. Então, muitos estão em seus postos de trabalho fazendo com que nós tenhamos a possibilidade de estarmos aqui, sendo agraciados com esta homenagem, que muito nos envaidece; esta homenagem que, como aqui foi dito, nos envaidece, sim, mas também reforça o nosso compromisso com a sociedade, com a sociedade gaúcha, com a sociedade brasileira.

Vou falar um pouquinho dos Correios com o mesmo sentimento desta homenagem, com o mesmo júbilo e com a mesma emoção que nos invade o coração - e eu sei que estou aqui representando todos os trabalhadores da casa -, esta mesma emoção que sentimos quando somos homenageados, quando o nosso esforço é reconhecido pela sociedade, é com esta emoção que eu gostaria de falar um pouquinho dos Correios, um pouquinho do que eu já vivi também nesses trinta anos de Correios. Correios do Brasil é a maior empresa celetista da América Latina, até atualizando os quadros com as novas contratações, nós já estamos chegando a mais de cento e doze mil empregados diretos. A posição do Rio Grande do Sul é em torno de sete mil e oitocentos empregados diretos. Hoje, com os parceiros das unidades franqueadas, onde temos também atendimento, com as parcerias terceirizadas, com os portadores de necessidade especiais e estagiários, chegamos a uma força de trabalho no Rio Grande do Sul de quinze mil trabalhadores. Somos responsáveis por três milhões de objetos/dia só no Rio Grande do Sul. É uma responsabilidade muito grande que exercemos; com certeza, cada empregado faz com muito carinho, com muito amor aquilo que exerce, e este reconhecimento só reforça o amor que nós já empregamos e também a responsabilidade que aqui foi colocada.

Os Correios do Rio Grande do Sul, diferente um pouquinho do quadro nacional - eu gostaria de salientar isso em relação à questão da mulher, Ver. Oliboni -, em que o efetivo é pequeno em relação a homens e mulheres, nós temos uma diferença muito grande, o efetivo de mulheres carteiras já soma mais de 30%. Então o Rio Grande do Sul é o Estado no qual há mais mulheres trabalhando como carteiras. Isso é uma questão de diversidade; é uma coisa que muito reforça e muito nos orgulha o papel da mulher, a importância da mulher no desempenho das atividades dos Correios.

Também gostaria de falar um pouquinho da importância dos Correios, acho que é muito relevante. É uma empresa que vem para cumprir um papel social. Nós, nos Correios, sabemos que o interesse público tem que estar acima dos interesses pessoais, acima do corporativismo, acima de qualquer coisa, temos que trabalhar para a sociedade; é a sociedade que nos paga. Trata-se de uma empresa auto-sustentável; não recebe, para cumprir o seu papel social, um centavo dos cofres da União. Eu diria que, muito pelo contrário, fechamos o ano de 2008, os Correios do Brasil, com 808 milhões de lucro, desses 808 milhões de lucro, 404 milhões, ou seja, exatamente 50%, retornam aos cofres da União para cumprir o papel da União com estradas, hospitais, educação, segurança, etc.

Os outros 404 milhões que ficam na casa têm que ser aplicados em modernização, têm que ser aplicados em reestruturação, têm que ser aplicados em novas posições de trabalho, porque sabemos que as demandas são muito grandes. Temos recebido aqui da Casa muitas demandas, e as tratamos, cada uma, com muito carinho, elegemos prioridades em cima de critérios técnicos e atendermos dentro das necessidades. Então, dos 808 milhões, 404 milhões voltam aos cofres da União. Quando o cidadão opta por postar nos Correios, ele sabe que a margem de contribuição dos serviços prestados vai voltar à nossa economia do Brasil. E os outros rendimentos destinam-se para emprego, trabalho, renda da casa, modernização, tecnologia e melhores serviços prestados. Isso é um pouquinho dos Correios, uma empresa auto-sustentável, uma empresa que contribui de uma forma decisiva para a União nas questões sociais.

Quero lembrar - acredito que ainda tenha uns minutinhos, meu Presidente - sobre a forma inicial, sobre como foi concebida a empresa dos Correios, já que buscamos um pouquinho da história. Os Correios eram para os ricos, para aqueles que podiam pagar mensageiros, para aqueles que podiam, que tinham recursos de ter seus correspondentes, enfim, para aqueles que podiam custear as pessoas que levariam as suas correspondências, custear aquilo que fosse necessário fazer. E os Correios vieram para este papel hoje: uma pessoa que não tem recursos, uma pessoa que está à margem dos recursos econômicos, ela pode, através de uma carta social, por um centavo, se comunicar com qualquer lugar do território brasileiro. E também temos outras tarifas sociais, como, por exemplo, a carta de pessoa física para pessoa física, são recursos custeados com tarifa módica para qualquer lugar do País. Essa função dos Correios é primordial, sem falar da questão estratégica dos Correios.

Nós estamos em todos os 5.562 Municípios do País; todos têm a presença dos Correios, ou através do Livro Didático, ou através do Papai Noel dos Correios, ou através dos projetos sociais, ou fazendo aquilo que realmente nós temos que fazer, cumprindo o nosso papel de levar a correspondência e a encomenda. Mas os Correios também têm um outro papel, o papel de proporcionar uma logística à pequena empresa, ao microempresário, ao pequeno empresário. É uma logística que está à disposição. O pequeno empresário, aquele que não tem recursos de ter uma frota própria, aquele que não tem recursos de construir a sua logística através de recursos próprios, pode usufruir a logística dos Correios para levar a sua encomenda a qualquer ponto do País. Esta é a função dos Correios, a função social dos Correios. É uma empresa que tem que buscar recursos para custear essa parte social. Então, essa lição é que nós temos.

Cada um de nós que fizemos os Correios queremos fazer com o máximo empenho, com a máxima dedicação, para continuarmos a ter o reconhecimento que hoje desfrutamos da sociedade. Na última pesquisa da Forbes, os Correios do Brasil foram eleitos como os primeiros do mundo em termos de qualidade, acima do Correio alemão, que ficou em segundo lugar. Isso, mais uma vez, aumenta a nossa responsabilidade. Sabemos que temos que melhorar muitas coisas, temos que trabalhar para alcançar ainda mais, não os 90% que temos de aceitação; queremos chegar a 100%, porque o serviço público é o nosso desiderato, e o serviço público com eficiência e com qualidade é o nosso norte, o nosso objetivo em tudo aquilo que fazemos durante a nossa jornada de trabalho.

A todos, mais uma vez, o nosso muito obrigado por esta homenagem, que é extensiva a todos os empregados dos Correios, a toda a família Correios e também extensivo a cada cidadão brasileiro, porque o primeiro Correio do mundo, com qualidade, pertence ao cidadão brasileiro, porque esta empresa é pública, 100% do seu patrimônio é da União e pertence a cada um de nós cidadãos. Recebam o meu muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Quero cumprimentar o Ver. Oliboni, que proporcionou à Casa esta homenagem, através do seu Requerimento, que obteve unanimidade de aprovação. Eu não diria que isto é uma homenagem, mas um reconhecimento através da democracia representativa, porque aqui estão todos os pensamentos da Cidade, expressados através das Bancadas, e o Presidente se soma também a este reconhecimento. Quero dizer que nós temos os Correios aqui dentro da nossa Casa; nós, Vereadores, utilizamos muito esse serviço, muito, muito, para comunicar, para prestar contas dos nossos trabalhos. Afinal de contas, o mandato parlamentar exige uma prestação de contas quase que diária, e o Correio é uma forma eficiente de fazer chegar lá, no mais longínquo rincão da nossa Cidade, os nossos comunicados. Então, quero me somar à homenagem e dizer que a nossa relação sempre foi uma relação muito qualificada com o Correio. Cumprimento todos vocês, muito obrigado pela presença. Suspendo os trabalhos por dois minutos para as despedidas. (Palmas.)

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h43min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo - 14h46min): Estão reabertos os trabalhos da presente Sessão.

Convido os Srs. Líderes de Bancada, por gentileza, a comparecerem à presidência dos trabalhos. Registramos, para a alegria de nossa Casa, a visita do colega Ver. Cristiano Pinto Becker, da nossa cidade de Candelária. Seja bem-vindo, Vereador. Obrigado por sua presença, sinta-se em casa. Agradeço aos Srs. Líderes. Solicito às Relações Públicas que nos dê conta da chegada da Direção da Trensurb, do Secretário Senna, nossos convidados ao debate. Registro a presença do nosso queridíssimo ex-Vereador e Deputado Raul Carrion e da Verª Maristela Maffei.

O Ver. Elias Vidal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, público que nos assiste pelo Canal 16, venho a esta tribuna, como Líder do PPS - Bancada composta por este Vereador, pelo Ver. Toni Proença e pelo Ver. Paulinho Ruben Berta -, para comunicar a esta Casa que no próximo dia 27 de março, sexta-feira, haverá, no Largo Glênio Peres, a primeira Campanha Mulheres pela Vida de Doação de Medula Óssea. Esse movimento não é só das mulheres do PPS, a ele estão se agregando homens também, mas é um movimento que partiu das mulheres, no qual teremos representantes de vários Partidos, de várias instituições. Todos os Partidos registrados aqui no Estado do Rio Grande do Sul estão sendo convidados a fazer parte dessa grande ação solidária, que é a Primeira Campanha Mulheres pela Vida de Doação de Medula Óssea. Faça parte dessa rede mundial de parceiros pela vida, rede que vem construindo esse movimento.

Na oportunidade, no dia 27 de março, o Hemocentro estará presente com outras instituições, não só as ligadas à questão de sangue; outras instituições da área social, da área de Saúde estarão presentes, como o Instituto da Próstata, o Imama está recebendo também o convite; o Instituto de Câncer do Cólon de Útero. Nós temos aqui um pequeno cartaz, irão chegar para nós, daqui a pouco, trinta e seis cartazes coloridos, cada Vereador receberá um desses pequenos cartazes, informando quando e como vai acontecer. Esse evento vai ocorrer no Largo Glênio Peres no dia 27, das 9h às 18 horas. Durante esse horário, haverá o cadastramento das pessoas que queiram fazer parte dessa rede mundial de doadores para essa patologia, e ninguém está livre de ter alguém na família necessitando de uma doação de medula.

Há muito que ser explicado, falta conhecimento para muitas pessoas da sociedade. Eu mesmo, que trabalhei na área da Saúde, vi, outro dia, uma entrevista do Deputado Federal Beto Albuquerque e vi quanto conhecimento importante ele passou através de uma entrevista em um veículo de comunicação de massa do Estado. O Deputado Beto Albuquerque, como outras autoridades, já marcou presença; haverá várias autoridades, Deputados Federais, Senadores, Secretários de Saúde. Enfim, está indo convite para todo o Estado, é um megaevento, a imprensa está recebendo informações. Acredito que os Srs. Vereadores, independentemente das causas que cada um aqui possui - como o Ver. Alceu Brasinha, que é um excelente gremista, que trabalha muito pelo esporte, juntamente com outros Vereadores, porque até os jogadores de futebol são suscetíveis a essa doença -, se engajarão, já que é uma causa acima de questões partidárias e ideológicas, porque a saúde está sempre acima de tudo. Quando a pessoa está doente, com câncer, quando precisa de sangue ou está com uma enfermidade, não quer saber qual a ideologia partidária, quer a saúde de volta, porque a saúde é o maior bem, a maior riqueza, o maior patrimônio. Então, os Vereadores desta Casa receberão maiores informações para, no dia 27, das 9h às 18h, no Largo Glênio Peres, com algumas unidades móveis de Saúde, que ali estarão, fazerem o seu cadastramento. Haverá alguns terminais de computadores para o cadastramento da sociedade, para que as pessoas possam se tornar participantes, integrantes da rede mundial de doadores de medula óssea.

Há muito medo quando as pessoas falam em transplante de medula, falta muito conhecimento. Mesmo este Vereador, que trabalha na área de Saúde, viu o quanto precisou ouvir para entender um pouco sobre o assunto. Então, vai ser também uma campanha de esclarecimento, e todos os Vereadores, que são preocupados com a Saúde, vão receber nos próximos dias o convite oficial de como se engajar nesta grande campanha. Esta é a Primeira Campanha Mulheres pela Vida de Doação de Medula Óssea, pediram-me que eu trouxesse e divulgasse essa campanha na tribuna. Agradecemos em nome desse grupo de mulheres e homens que estão preocupados com a saúde do povo. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Waldir Canal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. WALDIR CANAL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, subo a esta tribuna, primeiramente, para registrar o encontro realizado pelo meu Partido aqui nesta Casa. O Partido Republicano Brasileiro, no sábado passado, promoveu um encontro, em nível estadual, para debater, entre outros assuntos, o crescimento do Partido, as metas para as próximas eleições e o trabalho que o nosso Partido pretende e vai desenvolver aqui neste Estado, abrindo espaço para as lideranças, para aqueles que representam a sociedade, a comunidade num todo; enfim, uso esta tribuna para registrar esse encontro, que, para nós, foi muito positivo. Tivemos a presença do ex-Governador Olívio Dutra, que esteve prestigiando o nosso evento; também o Ver. Airto Ferronato, representando o PSB, e outras autoridades que nos telefonaram e nos cumprimentaram pelo trabalho realizado, pelo encontro que realizados nesse sábado.

Feito esse registro, quero dizer que amanhã, sexta-feira, a CUTHAB estará visitando esta avenida tão falada, que preocupa a todos - não é, Ver. Brasinha? -, a Baltazar de Oliveira Garcia. Estaremos, em comissão, fazendo uma visita. Nessa terça-feira, nós recebemos representantes da comunidade do Eixo Baltazar, e gostaria de convidar os Vereadores, quem quiser, pois amanhã estaremos saindo daqui às 9h para uma visita, a partir das 9h30min, desde a divisa de Alvorada, para ali constatarmos e, juntamente com a Metroplan e a comunidade, buscarmos uma saída, uma alternativa, um compromisso daqueles que, por direito, são donos da obra, daqueles que devem, neste final de obra, entregar as calçadas, que ainda estão com problema, com desníveis, falta acesso para cadeirante, os bueiros estão tapados com asfalto. Enfim, nós estaremos ali, em comissão, fiscalizando, estaremos junto com a comunidade na visita a esse importante bairro da Cidade. Vamos percorrer desde a divisa com Alvorada até o Strip Center. Convido todos para que possamos juntos visitar essa comunidade e alcançar uma alternativa para esse problema, que é sério, importante, e nós precisamos resolver. Sr. Presidente, era isso, muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Agradeço, Ver. Waldir Canal.

Neste momento passo a compor a nossa Mesa de trabalhos dentro da proposição que a Câmara estabeleceu, trazendo um tema de altíssima relevância para debater nesta Casa. Aliás, não é a primeira vez e nem será a última que esta Casa debaterá a matéria, que é a questão envolvendo a Linha 2 do metrô. Convidamos para compor a Mesa o Sr. Humberto Kasper, Superintendente da Trensurb; o Sr. Luiz Afonso Senna, Secretário de Mobilidade Urbana; Sr. Paulo Amaral, Diretor de Operações da Trensurb; Sr. Emílio Merino, Gerente de Projetos da Secretaria de Mobilidade Urbana, e o Sr. Marco Kapel Ribeiro, representante da Secretaria de Gestão e Acompanhamento Estratégico.

Srs. Vereadores, neste primeiro momento o Sr. Kasper vai fazer uma exposição, depois os órgãos terão oportunidade de entrar no debate. De imediato, dou por abertas as inscrições aos Vereadores que queiram tratar do tema para que possam usar o espaço destinado ao debate. A intenção, Srs. Secretários e Sr. Superintendente, é que a Casa possa, nas quintas-feiras, enfrentar temas que envolvam toda a Cidade. Então, hoje estamos inaugurando a nova metodologia, que prosseguirá nas outras quintas-feiras com vários temas que envolvem a Cidade como um todo. E gostaríamos que este tema, que é altamente relevante para a Cidade, fosse o primeiro tema. Então, os senhores são muito bem-vindos, e com certeza vamos produzir aqui um bom debate e bons encaminhamentos da matéria.

O Sr. Humberto Kasper está com a palavra.

 

(Apresentação de PowerPoint.)

 

O SR. HUMBERTO KASPER: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É com grande satisfação que nós voltamos a esta Casa para debater um tema de tão importante relevância para a cidade de Porto Alegre, que é o seu sistema de transportes. E não é apenas um sistema de transportes da cidade de Porto Alegre, mas parte de um sistema de transporte maior, o coletivo, que integra a nossa Região Metropolitana. Faço questão de frisar que, embora eu venha aqui falar do sistema de metrô ou de uma linha de metrô, parto do princípio de que sempre devemos pensar a totalidade, muito mais quando se trata de transporte coletivo, temos que pensar em sistema de transportes. Esse tem sido um assunto objetivo de vários acontecimentos num período recente, nem tão recente, mas nos últimos sete, oito anos, na nossa Cidade, em função das dificuldades que temos enfrentado no sentido de conseguir efetivamente integrar os diferentes modais e sistemas que existem aqui na nossa Capital e na Região Metropolitana. Eu vou convidar o nosso técnico e especialista em transporte, Sr. Emílio Merino, para me assessorar no monitoramento dos equipamentos. (Pausa.)

Então, como eu vinha dizendo, vamos falar aqui muito de sistema, e não podemos pensar num sistema de metrô fora de um contexto mais amplo, que é o sistema de transporte coletivo da nossa Região Metropolitana. Inicio dizendo que muito contribuiu para nós chegarmos até aqui um conjunto de acontecimentos que remontam o início de 2001, 2002, 2003 e 2004. Em 2001 a Prefeitura de Porto Alegre pela primeira vez examinou com profundidade a viabilidade de implantação de uma linha de metrô em Porto Alegre. Naquela oportunidade foi, então, examinado o projeto da Linha 2, que estava em fase final de elaboração por parte da Trensurb. Naquele mesmo ano, é importante ressaltar que a Câmara de Vereadores, por decisão do seu Presidente, o Ver. Fernando Záchia, nomeou, para examinar o tema do metrô em Porto Alegre e a possibilidade de implantação de uma linha na Capital, uma Comissão, que foi relatada pelo Ver. Adeli Sell e que produziu um conjunto de recomendações que apontavam como importante a perspectiva de implantação do metrô, mas que o metrô deveria estar contextualizado e ser parte de um plano de transportes integrado para a Região Metropolitana, que evidentemente engloba a Capital, Porto Alegre.

E ainda, em 2003 e 2004, também a Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul constituiu uma Subcomissão na Comissão de Serviços Públicos para examinar a matéria. A Comissão, então, foi presidida pelo Deputado Záchia e relatada pelo Deputado Adão Villaverde, e as conclusões daquela Subcomissão também apontavam para a necessidade de um projeto de metrô, para a expansão do sistema metropolitano de transportes. Em especial, o sistema de metrô deveria integrar um plano de transportes mais amplo para a Região Metropolitana, na medida em que o último plano foi elaborado na década de 70. O Ver. Dib, que foi Secretário e Prefeito da Capital, lembra que o último plano que definiu as grandes diretrizes de transporte desta Capital foi na década de 70, quando apontaram os corredores de ônibus, que hoje estão implantados, e a implantação da Linha 1 da Trensurb. E apontava como necessário atualizar e ter o novo plano, porque a Cidade evoluiu. O meio urbano muda, sendo necessário que se adapte, portanto, o planejamento de transportes.

A partir desse processo, já em 2003, ainda, e início de 2004, foram assinados instrumentos legais; um protocolo de integração institucional entre Governo Federal, Município de Porto Alegre e Estado do Rio Grande do Sul, com o objetivo de constituir um sistema integrado de transportes, que depois foi traduzido, já em janeiro de 2004, no acordo de cooperação técnica, com a finalidade de realizar os estudos para constituir um sistema integrado de transportes. Complementarmente, esse convênio estabeleceu a criação de um grupo de coordenação desse processo, a partir do convênio constituído pelos titulares da EPTC, Metroplan e Trensurb, e também a constituição de um grupo executivo técnico para coordenar os trabalhos técnicos, visando trabalhar na montagem de um sistema integrado. E foram então contratados, a partir desses protocolos de convênio, um estudo de planejamento estratégico, já concluído ainda em 2006, e um Plano Integrado de Transportes, que também está agora em sua conclusão final, com alguns retoques no relatório-síntese.

Mais recentemente, para viabilizar e implementar o resultado desses estudos, no ano passado, no dia 30 de junho de 2008, foi firmado um novo protocolo de integração institucional entre o Governo Federal, através do Ministério das Cidades, a Governadora do Estado e o Prefeito da Capital, com um objetivo claro: implementar o Plano Integrado de Transportes e Mobilidade Urbana, elaborado em conjunto por esse processo anterior. Esse protocolo foi firmado no ano passado, e, ainda, durante o período do ano passado, nos últimos meses do ano passado, antes das eleições, foi realizado um conjunto de reuniões técnicas envolvendo a Prefeitura, o Município, o Estado e a Trensurb, envolvendo técnicos e Secretários da Metroplan, EPTC e Trensurb, com vistas a viabilizar uma estrutura de gestão integrada à técnica do transporte da Região Metropolitana; transitória ainda, mas necessária para essa nova fase.

Resumindo, o processo de planejamento integrado se constitui, num primeiro momento, do estudo e planejamento estratégico, concluído em 2006; do Plano Integrado de Transportes, 2005 e 2008; dos projetos básicos executivos, de engenharia, urbanização, arquitetura, EIA-Rima e de outros estudos para a viabilização de projetos derivados da planificação integrada que estavam previstos para o período de 2008 e estão previstos para o período de 2009 e 2010. E finalmente, no próximo ano, a previsão do início de execução da implantação dos projetos derivados do plano.

Só para rememorar, os objetivos estratégicos do Plano de Transporte da Região Metropolitana envolviam uma solução institucional para o planejamento integrado e a gestão do transporte público coletivo da Região Metropolitana. Quer dizer, um dos principais diagnósticos apontados - e todas as análises feitas desde então, desde os relatórios da Câmara, do relatório da Assembléia Legislativa, do diagnóstico no estudo de planejamento estratégico, depois reforçado no Plano Integrado - é a necessidade urgente de saltarmos em termos de modo de organização pública para o planejamento de transportes. Nós não podemos mais pensar a Cidade de forma isolada, temos que pensar as cidades da Região Metropolitana de forma integrada. Não há como pensar o transporte de Porto Alegre sem considerar que boa parte das frotas de ônibus que chega ao Centro da Capital é oriunda da Região Metropolitana. Se os corredores estruturais de Porto Alegre estão sobrecarregados é porque boa parte da frota é municipal, mas também metropolitana, sem uma efetiva integração entre os sistemas.

Então, uma solução institucional nova foi apontada, e, no Plano Integrado de Transporte, foi indicada a perspectiva de constituição de um consórcio metropolitano de gestão do transporte público da Região Metropolitana, com a participação efetiva do Município, da Capital, do Estado e dos demais Municípios. E os objetivos apontavam uma solução funcional que, na verdade, consiste em uma rede integrada que busque solucionar o problema da integração entre modos e sistemas - tanto os metropolitanos, o trem metropolitano, o futuro metrô e os sistemas municipais. Evidentemente, há a necessidade de procurar uma solução para o financiamento da implantação da infra-estrutura necessária, como precondição para viabilizar esse sistema integrado de transportes. Sem dinheiro tudo fica no papel, tudo fica no discurso.

A área de estudo do plano foram esses 13 Municípios. Os 13 Municípios, que compõem a Grande Porto Alegre, representarão 4,4 milhões de habitantes em 2033; hoje, representam 3,5 milhões de habitantes; 45% da área da Região Metropolitana concentram aproximadamente 85% das viagens da população da Região Metropolitana. A rede estrutural, uma proposta consensualizada a partir dos estudos, parte do aproveitamento de toda a infra-estrutura construída ao longo das últimas décadas. Envolve os corredores em faixa exclusiva para ônibus já existentes, a Linha 1 da Trensurb, os terminais já construídos, a revitalização e reutilização dos terminais já implementados, dando um novo destino. E, como proposta resultante, a partir das avaliações econômico-financeiras e de transporte, foi indicada a implantação de um metrô com formato circular na Capital, com percurso de 37,4 quilômetros inicialmente proposto para ser implantado em três fases, evidentemente e devidamente integrado com uma rede estrutural sobre pneus, considerando os corredores existentes, ampliando e criando novos corredores exclusivos, considerando os horizontes de planejamento de 2033, com as perspectivas de crescimento populacional que temos tanto na Capital quanto na Região Metropolitana.

Então, essa, em linhas gerais, foi a rede estrutural. Em vermelho, temos demarcada a proposta do anel metroferroviário, para ser implantado no horizonte de planejamento. Em laranja, os corredores existentes, estruturais, com faixa exclusiva para o sistema ônibus e as suas complementações, propostas para serem implementadas nos próximos vinte anos. Em azul, temos os corredores estruturais metropolitanos, propostos dentro da rede. Observamos que há uma transversal externa em azul, para ligação intermunicipal, algo que hoje nós não temos, mas que as tendências de crescimento e as tendências de locomoção apontam como necessárias para os próximos anos.

Em parte, para boa parte da rede metropolitana, pelo menos a ligação com o interior de Alvorada, Cachoeirinha e Gravataí, já há um projeto já existente, que é o Projeto Linha Rápida. É importante fazer uma síntese aqui. Nós trabalhamos com o metrô integrado num sistema; evidentemente, abaixo dessa rede estrutural há toda uma rede capilar de alimentação dessa rede: local, municipal. Envolve toda uma rede de alimentação que não cabe aqui detalhar. Evidentemente, foram considerados - eu queria chamar a atenção - todos os projetos contratados nos últimos quinze anos: o projeto Linha 2 do metrô, o Projeto Linha Rápida, o Projeto Norte/Nordeste da Prefeitura; enfim, são implantações e previsões, como a ampliação da 3ª Perimetral. E também há um projeto mais recente, que é o projeto Portais da Cidade. Em princípio, ele pode ser plenamente adequado, se contemplado nessa rede estrutural de transporte.

Agora nós vamos entrar, especificamente, no sistema como um todo, na parte do metrô. O traçado da linha é circular, devendo operar no sentido horário e anti-horário; a extensão total é de 37,40 quilômetros, sendo que 26,4 quilômetros em subterrâneos - previstos, é uma indicação das análises preliminares. Estamos aqui falando ainda de um Plano de Transporte, nós ainda não estamos falando do detalhamento de engenharia. Serão 9,2 quilômetros em elevada, 1,8 quilômetros em superfície - isso é uma indicação resultante do Plano de Transporte - e, ainda, uma conexão de três quilômetros do anel com a Linha 1, atualmente existente. A princípio, são 31 estações e 8 terminais multimodais de integração no anel. Esse anel atenderá 32 bairros diretamente, o que representa 40% do total dos bairros da Capital; 60 pólos geradores de tráfego - campus universitários, escolas, hospitais, shopping centers, todas as universidades. Uma vez implantado esse subsistema metroferroviário dentro do sistema maior, ligado à Linha 1, todos os campus universitários estarão interligados via metrô, todos os campus universitários da Região Metropolitana. A população beneficiada é toda a população da Grande Porto Alegre, os 13 Municípios, hoje com 3,4 milhões de habitantes; a população diretamente atingida por esse anel são 250 mil habitantes, diretamente, na linha lindeira. São os lindeiros do metrô, num raio de 600 metros de cada lado.

Sobre a estimativa de custo de implantação total: teria que ser atualizada pelo dólar de hoje, mas, na oportunidade, era de 2,4 bilhões de dólares, considerando um custo médio de implantação de 66 milhões de dólares o quilômetro.

Rapidamente, aqui estão as demandas, a projeção da evolução das demandas por modal e por linha resultantes do Plano de Transporte. Então, pode-se observar que, em 2033, o sistema ônibus urbano de Porto Alegre teve prevista uma demanda transportada de 965, 970 mil passageiros, praticamente um milhão de passageiros; a previsão para 2013 é de um milhão e seiscentos; para 2023, de um milhão e seiscentos; para 2033, de um milhão, seiscentos e vinte e três mil passageiros/dia. Os ônibus metropolitanos: em 2003, foram aproximadamente 600 mil passageiros; a previsão para 2013 é de um milhão e trezentos e sessenta e quatro mil passageiros; de um milhão e quinhentos para 2023; de um milhão e quatrocentos para 2033.

A Linha 1 da Trensurb - com a implantação de toda a rede, isto aqui considerando a implantação do conjunto daquela rede estrutural -, em 2003, transportou 140 mil passageiros. A previsão para 2013 - aí, sim, quando eu falo em 2013, falo de parte do anel, ou seja, no caso do metrô, metade do anel - é de 210 mil passageiros; para 2023 é de 237 mil passageiros; para 2033 - aí já com a rede toda implantada, supondo a implantação de toda aquela infra-estrutura, o anel metroferroviário de Porto Alegre também implantado - a previsão é de 260 mil. Hoje, a Trensurb está transportando entre 160 a 170 mil passageiros/dia.

Para o metrô circular a previsão é de 269 mil passageiros. Aí nós estamos falando ainda da implantação em três fases. Na primeira fase, de 3,2 quilômetros, até a Estrada João de Oliveira Remião - e nós não estamos falando dos 20 quilômetros aqui, foram as simulações ainda baseadas em três fases -, a previsão é de 270 mil passageiros em 2013; 286 mil, em 2023; e 670 mil, em 2033. A Linha 1 mais a Linha 2 totalizariam, então, com a rede toda implantada, aproximadamente 930 mil passageiros/dia, o que representa uma demanda das mais altas, considerando os sistemas de metrô do País, excetuando, evidentemente, o metrô de São Paulo. Então, é altamente promissora a perspectiva com a implantação de uma rede integrada. Evidentemente, o metrô não pode ser pensado como algo isolado, ele deverá ser devidamente integrado ao sistema de ônibus municipal e intermunicipal, devidamente racionalizado, evidentemente.

Aqui vamos falar, rapidamente, de alguns aspectos tecnológicos. Quando se fala em metrô, e talvez nas notícias dos jornais já tenha aparecido em algumas oportunidades, há uma diferenciação entre o metrô mais tradicional, que se chama o metrô pesado, e o metrô leve, que é diferente, quero ressaltar aqui, do Sistema VLT, clássico muito conhecido na Europa. Quando estamos falando em metrô leve aqui, estamos falando do metrô com características similares ao metrô tradicional, apenas ele é de menor porte. Os metrôs pesados, tipo metrô de São Paulo, metrô de Nova Iorque, têm como capacidade de transporte até 80 mil passageiros hora/sentido e, normalmente, são compostos de seis, nove carros, até onze carros. As grandes Capitais, as maiores metrópoles do mundo, tipo Tóquio, têm até onze carros acoplados. E o intervalo de operação, normalmente, é de um minuto e meio a dois minutos, o headway, entre um trem e outro, entre uma composição e outra. E se fala em uma vida útil de cinquenta anos, normalmente sem reforma; um trem de metrô tem uma longevidade equivalente a praticamente cinco vezes o tempo de vida útil de um sistema ônibus; com reforma ampla, consegue-se acoplar mais trinta anos. Então, um trem, uma composição, tem um tempo de vida praticamente igual ao nosso, ou seja, oitenta anos; há trens circulando no mundo, na Europa, com mais de noventa a cem anos. Claro que para isso é preciso ter uma manutenção adequada, etc. Então, quando falamos de custo, o metrô é muito caro, só que temos que pensar nisso no horizonte de cinquenta anos para cima, não podemos pensar metrô para menos de cinquenta anos.

Os metrôs leves são também metrôs tradicionais do ponto de vista da sua inserção em túnel, só que a capacidade deles, normalmente, é menor, porque são para cidades um pouco menores, ou para eixos estruturais de menor carregamento. Então, a capacidade de transporte varia de 20 a 40 mil passageiros hora/sentido, composições que podem variar de dois, quatro ou até mesmo seis carros no limite. O intervalo é de um minuto, um minuto e meio, normalmente são sistemas tecnologicamente mais avançados, é uma tendência recente essas cidades adotarem sistemas um pouco menores em termos de metrô. A pergunta é a seguinte: por que implantar em uma Cidade como Curitiba ou Porto Alegre um metrô com as características de São Paulo? Não precisamos, podemos ter um metrô menor, mais leve. Então, essa é uma questão que se coloca.

Este é um modelo típico, é o metrô trem série 8000, fabricado pela Alston, do metrô de Madri, é uma das linhas. Outras linhas têm metrô pesado, são várias linhas no metrô de Madri, quem conhece, esta é uma das linhas, uma linha recente implantada, e é um metrô leve.

Aqui nós estamos mostrando o modelo que poderia ser utilizado na nossa Capital, metrô leve. Então, aqui internamente é importante ver, isto aqui é um metrô leve, só para diferenciar. Se comparado ao metrô pesado, veremos que ele é um metrô mais estreito, mas a sua configuração, no geral, é muito similar a qualquer outro metrô, mas ele é mais estreito. Isso traz uma série de vantagens. Por quê? Sendo mais estreito, pode-se ter uma seção de túnel menor, o que significa custo menor de investimento em infra-estrutura básica de metrô. Normalmente, os sistemas mais contemporâneos, como tendência, já acoplam alguns aspectos ecológicos vantajosos em relação aos metrôs mais pesados; têm capacidade de fazer rampas mais acentuadas, significa que o veículo, a composição, pode aflorar mais próximo à superfície e descer depois, quando arranca da estação. Com isso, pode-se ter ganhos como, por exemplo, a redução de consumo de energia, na medida em que se aproveita a força da gravidade para diminuir o consumo; no retorno aproveita-se também a força da gravidade na frenagem. Significa redução de consumo. São metrôs, também, que permitem fazer curvas mais acentuadas, de modo que não se tenha de fazer tantas desapropriações, podendo acompanhar, muitas vezes, quando bem inserido, o próprio traçado do viário, sem necessidade de ampliar em muito, o que representa um custo elevado, as desapropriações. Os metrôs mais tradicionais fazem um raio de giro de 300 metros. Esses mais contemporâneos, os metrôs leves, de tecnologia mais leve, chegam a fazer raio de curvatura de 60 metros, dependendo do conjunto das composições.

Aqui é apenas uma representação da capacidade de transporte. Falamos de ônibus simples, numa faixa de até 5 mil, 6 mil hora/sentido; ônibus articulado até 8 mil passageiros hora/sentido. Ônibus articulado com corredor exclusivo, duas faixas que vão até, aproximando, 20 mil passageiros no sentido. O BRT - típico do Transmilenium, com quatro faixas, duas faixas exclusivas tipo Transmilenium, de Bogotá - tem capacidade entre 10 mil a 25 mil, 30 mil passageiros hora/sentido. O VLT tradicional, mais pesado, de superfície, também nessa faixa, apresenta um pouquinho mais, de 15 mil a 30 mil passageiros hora/sentido. No metrô leve temos uma faixa de demanda de 25 mil a 45 mil passageiros hora/sentido e, no metrô pesado, uma faixa de 40 mil a 80 mil passageiros hora/sentido. Para terem uma idéia, todas as cargas que simulamos no horizonte não ultrapassam 40 mil passageiros hora/sentido. Portanto, quando se fala em tecnologia metroferroviária, são as cargas nos principais corredores, onde se analisou a possibilidade de implantação de metrô. Evidentemente, temos que descartar a necessidade de um metrô do tipo pesado, São Paulo, Cidade do México, Londres, e sim um metrô mais adequado às características de Porto Alegre, que também é a opção que Curitiba está utilizando.

Aqui temos os custos de implantação. Os custos do metrô tradicional - e estamos falando de Brasil, isso varia muito, este número pode ser facilmente questionado -, o metrô pesado, tradicional, estão, no mínimo, na ordem de 80 a 110 milhões de dólares o quilômetro. O metrô de São Paulo, a Linha 4, que está sendo implantada, está na faixa de 120 milhões de dólares o quilômetro. É claro, é um metrô com as estações totalmente clássicas, enterradas em uma grande profundidade; toda a parte administrativa das estações está lá embaixo; estações bastante amplas e grandes, com todas as características de um metrô pesado.

Já com o metrô leve pode se trabalhar com a hipótese de 30 a 70 milhões de dólares o quilômetro, com a adoção de alguns ajustes, de algumas tendências mais modernas em termos de implantação de metrô. Por exemplo: por que precisamos enterrar toda a parte administrativa de uma estação lá no fundo? Podemos deixar na superfície, isso torna bem mais barato o metrô. Se é um metrô leve e flexível, que pode acompanhar o viário, podemos fazer um metrô mais raso, não precisamos enterrar naquela profundidade - isso torna mais barato. Então, há uma série de aspectos que deve ser, evidentemente, analisada em cada situação específica na implantação de um projeto desse porte.

Não vou me demorar muito, já estou chegando à fase final da apresentação. Nós, atualmente, a partir do plano e a partir de todas as discussões que têm ocorrido nos últimos tempos, em especial a partir da mobilização que ocorreu para incluir uma Emenda Parlamentar da Bancada Federal gaúcha, por unanimidade, no PPA - Plano Plurianual do Governo Federal -, permitindo alocação de recursos para viabilizar o metrô em Porto Alegre, começamos a trabalhar na modelagem da implantação de uma fase do metrô, a partir daquela rede, devidamente integrada àquela rede.

Inicialmente, aqui cabe uma explicação. Ao Presidente da Câmara, Ver. Sebastião Melo, e aos Vereadores Adeli Sell e Luiz Braz, que foram, vamos dizer assim, aqueles representantes escolhidos pela Câmara para nos acompanhar nas mobilizações com vista à inclusão no PPA daquela Emenda, eu tenho de esclarecer algo, porque este esclarecimento é oportuno. Nós trabalhamos, naquela oportunidade, inclusive na mobilização que fizemos em direção à Audiência Pública da Comissão de Orçamento do Congresso Nacional, que aconteceu no ano passado em Florianópolis, com a hipótese de uma linha de 13,2 quilômetros, isso foi o encaminhado para a Comissão Nacional de Infra-Estrutura constituída pelo Ministério dos Esportes com vista à Copa do Mundo. Entretanto, na sequência, por algumas sugestões, nós ampliamos a modelagem, dentro do contexto daquela rede, numa primeira fase, abrangendo metade daquele anel de 20,7 quilômetros. E eu vou falar um pouco disso, mas a hipótese de trabalhar com os 13,2 quilômetros, um pouco mais ou um pouco menos... Não está descartada nenhuma dessas hipóteses, nenhuma proposta está fora ou eliminada como hipótese a ser avaliada pelos Poderes Executivos, para ser considerada na tomada de decisão que logo, logo nós teremos que tomar.

Então, vamos apresentar alguns aspectos da modelagem referente à primeira fase, mas quero frisar aqui que ela faz parte do sistema que foi modelado na rede do Plano Integrado de Transporte. Essa seria uma hipótese modelada, está sendo modelada do ponto de vista econômico e financeiro do seu financiamento, e também já está sendo trabalhado um modelo de projeto funcional para esse traçado. São 20,7 quilômetros que abarcam os 13,2 quilômetros, até a Av. João de Oliveira Remião, inicialmente previstos, que fica localizada aqui, mas ele já amplia em direção - o trecho assim plantado - à Av. Manoel Elias, passando pelo Campus da UFRGS. E está plenamente inserido naquela rede municipal que foi modelada no plano e também na rede metropolitana. Vejam bem, está totalmente compatibilizado com aquela rede que antes nós apresentamos. Aquela rede, é importante que se ressalte, é estrutural, ela pode ser implementada com o sistema-ônibus, com a racionalização do sistema-ônibus, no curto prazo.

Se não houvesse possibilidade de financiamento já da implantação do metrô, esse anel metroferroviário poderia ser plenamente implantado com o sistema de ônibus. Mas aqui estamos trabalhando já a primeira fase de implantação, porque a perspectiva de implantação do metrô efetivamente existe, na medida em há a Copa do Mundo como grande “cavalo encilhado” passando. Nos próximos meses, provavelmente em maio, serão divulgadas a data e as cidades que vão sediar jogos da Copa do Mundo, então teremos a possibilidade efetiva de ter recursos no Plano de Aceleração do Crescimento do Governo Federal para iniciar a construção da primeira fase do metrô. O que não é um pleito apenas da nossa Cidade, mas também de outras capitais do País, depois vou me referir a Curitiba em especial. Essa é a primeira fase, então.

Voltando, selecionando aqui: este é o anel circular, na primeira fase da Copa. Aqui apenas a título de curiosidade: estamos mostrando uma alternativa que, na verdade, não chegou a ser simulada, mas que tem sido demandada em função da Copa do Mundo, em especial pelo Sport Club Internacional, a possibilidade, em vez de metrô, de fazer a conversão na altura da Rua Marcílio Dias, ir até a Rua José de Alencar, aproximando mais do Estádio do Internacional, bem como aproximando mais do atual Estádio Olímpico, porque teríamos uma estação na Rótula do Papa, retornando daí para a Av. Azenha. Essa é uma hipótese que não foi simulada, mas está sendo considerada. Se essa for uma opção que venha a ser decidida pelos tomadores de decisão municipal, estadual e federal, nós, evidentemente, como técnicos, tentaremos viabilizar a sua implantação. Ela tem todo um sentido hoje, em função do crescimento da Cidade, em função do complexo do Internacional e dessa região do novo shopping center, bem como do complexo habitacional previsto no lugar onde está hoje localizado o atual Estádio Olímpico, dentro do empreendimento da Arena do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense.

Esse é um assunto que nós colocamos aqui, porque é matéria a ser discutida. É uma matéria polêmica, há uns que são a favor, e outros que são contra, em caso da viabilização do metrô. Evidentemente, achamos que aquilo que for decidido terá que ser feito. O Presidente da empresa, Marco Kapel Ribeiro, tem uma posição clara; ele acha que nós devemos aproximar o máximo possível do Estádio do Internacional, fazendo a conversão junto à Av. José de Alencar.

Estamos vendo, agora, aquela parte que diz respeito à modelagem financeira. Estamos fazendo isso atualmente a partir de uma consultoria, envolvendo os melhores técnicos do País na área de modelagem e sistemas de metrô, envolvendo especialistas do metrô de São Paulo, planejamento; inclusive, hoje, estão modelando outros tipos de sistema de infra-estrutura no País. Essa parte é um pouco do esquemático da modelagem, nós estamos entrando, evidentemente, com as premissas funcionais do sistema, a demanda, há o dimensionamento da frota, que, por sua vez, também dimensiona elementos de infra-estrutura, o plano operacional. Então, são as entradas para fazer a modelagem.

A parte da demanda gera a parte superior da equação, a receita estimada, evidentemente depende da política tarifária e do sistema que for montado de integração, e a parte de investimentos e de custos operacionais representa a parte inferior da equação, e, a partir disso, busca-se uma macroanálise da viabilidade econômica e financeira, que, por sua vez, implica uma modelagem jurídica, dependendo da forma de implantação do projeto que for selecionada. Evidentemente, também, é uma modelagem institucional. Trabalhamos, hoje, com a hipótese de que esse empreendimento não necessariamente tem que ser um empreendimento público clássico, poderá contar com a participação efetiva da iniciativa privada na sua implantação, até para dar celeridade ao projeto. Uma parte pública e uma parte privada, de modo a dar celeridade, inclusive para viabilizar a implantação ainda para a Copa do Mundo. Os prazos que nós estamos trabalhando são de até meados de maio/junho, para que essa modelagem esteja totalmente concluída e para que, em termos de modelagem econômico-financeira e de um modelo funcional do projeto, ainda aí no final de abril, início de maio, a gente já tenha condições de apresentá-lo ao Governo Federal.

Então, o que estamos trabalhando... Isolando agora a linha, isolando apenas aquele traçado: são 20,7 quilômetros, há parte dos trechos que estão sendo estudados para serem executados em elevado, parte em superfície. A velocidade comercial prevista é a velocidade tradicional de sistema metrô, são 30km/h a 35 km/h; com trem de quatro carros, capacidade de 760 passageiros, alimentação elétrica via catenária superior, estações padronizadas, há estações exclusivas de metrô e estações de integração do sistema multimodal - sistema trem, ônibus municipal e metropolitano. Então, aqueles pontos circulados maiores são as estações multimodais integradas, com capacidade de integrarem vários modais de transporte.

Bom, em termos de política tarifária, é aquela política prevista no Plano Integrado de Transportes. Para 2013 está sendo prevista uma demanda de aproximadamente 350 mil passageiros/dia, com 42,5 mil passageiros na hora/pico nos dois sentidos e 19,5 mil passageiros hora/pico/sentido. Uma arrecadação de 160 milhões de reais seria a receita desse sistema. E, para 2023, ainda falando dos 20,7 quilômetros, serão 400 mil passageiros, uma estimativa de crescimento de 15% da demanda. O plano operacional, para atender essa demanda, requer 44 veículos compostos de quatro carros cada veículo, portanto 176 carros. O intervalo é de dois minutos na hora/pico; custos operacionais estimados em 90 milhões por ano, mais 25 milhões de custos administrativos. Aqui nós estamos trabalhando com uma receita de 160 milhões e um custo operacional inferior. Nos sistemas de metrô essa é uma tendência. Evidentemente, estamos trabalhando aqui com custos operacionais e administrativos, considerando a possibilidade de uma operação nos moldes privados.

Pelos custos atuais inferidos, podemos deduzir - a partir do sistema em operação no País, ou seja, no metrô de São Paulo, ou mesmo o Trensurb - que esses custos seriam superiores, mas é plenamente possível operar nessas condições com a tecnologia avançada que se tem hoje. Esse é um número que não é nosso; esse número é da modelagem. Uma estimativa, impute da modelagem. O total de investimentos necessários para essa primeira fase seria na ordem de 3 bilhões de reais, com o dólar a dois reais e trinta e um custo médio por quilômetro de 65 milhões de dólares. Então, são os elementos macro de receita - demanda, despesa, custos - que estão sendo utilizados nessa modelagem.

Vou concluir apenas apontando, rapidamente, alguns aspectos fundamentais da importância do metrô na discussão da revisão do PDDUA. Primeiro, o metrô permite melhorias urbanas e eficiência como elemento de estruturação, melhorias em termos ambientais. O metrô tem sido utilizado no mundo inteiro para revitalizar áreas urbanas degradadas, como é o caso das docas de Londres e de vários outros lugares do mundo. O metrô, por exemplo, poderia ser um elemento fundamental para a revitalização da área da Entrada da Cidade, do eixo da Av. Farrapos, Zona Norte. É um elemento reestruturador fundamental, com investimentos acoplados para a revitalização urbana, resulta em melhor acessibilidade, em melhoria de mobilidade, traz conforto, segurança, resgate do processo de planejamento integrado, redução dos índices de poluição e acidentes de trânsito, proporciona maior eficiência e adequação da matriz energética de transporte, permitiria políticas de desincentivo do uso do automóvel, inclusive de restrições ao uso do automóvel. A nossa Cidade - o Secretário Senna pode me ajudar -, se continuar no ritmo da entrada do volume de automóveis nos últimos anos, nos próximos cinco, dez anos, vai parar também, parece-me.

Então o metrô permite, junto com o sistema de transporte coletivo, que se adote um conjunto de outras medidas, no sentido de drenar os deslocamentos para o transporte público, evidentemente sem impedir que as pessoas utilizem o transporte individual, mas adotando políticas que tornem o espaço urbano mais equânime em termos de uso, e não apenas para aqueles que usam automóvel, que somos quase todos nós. Com o metrô, há ganhos de qualidade de vida, qualificação da mobilidade urbana e metropolitana; isso representa uma qualidade de vida melhor para a população, uma acessibilidade qualificada. Com o metrô, é possível expandir atividades econômicas. Normalmente, em regiões onde é implantado o sistema de metrô - isso sempre acoplado a um planejamento urbano e de desenvolvimento econômico -, pode-se trazer comércio, inclusive associado ao próprio empreendimento do metrô, como shopping centers, é o caso de São Paulo, que está investindo pesado. No mundo inteiro essa é uma tendência.

Há uma valorização da área de abrangência da rede. Por exemplo, ao longo de uma linha de metrô, é possível ampliar o IPTU em função da valorização daquelas áreas. Outros ganhos: redução do consumo de combustível, redução da poluição e acidentes, etc. Já foi dito que o metrô tem um grande poder de valorização do ambiente urbano. Portanto, deve-se aproveitar a oportunidade para recompor urbanisticamente a Cidade e aumentar a qualidade de vida e a estética, sendo necessário um projeto de renovação urbana para a requalificação dos principais corredores de transporte e revitalização da área central. A inserção do metrô na área urbana precisa estar em harmonia com a Cidade, funcionando como um instrumento de integração do espaço urbano, devendo estar acompanhado de projetos urbanísticos. O transporte de massa tem que ser a espinha dorsal para a mobilidade, mas não deve ser visto no seu aspecto apenas operacional, devendo também ser visto como uma forma de integração do transporte com as intervenções urbanas. E o planejamento estratégico de uma cidade deve considerar o sistema integrado de transporte público de média e alta capacidade e deve estar em sintonia com o desenvolvimento urbano. Isso vem acontecendo, há bastante tempo, em Curitiba, e eu chamaria a atenção dos Srs. Vereadores para que se observe o que está sendo proposto no Plano Diretor de Curitiba, no eixo Norte-Sul, onde está sendo proposta a implantação de uma linha de metrô em substituição ao “ligeirinho”, em função da sua sobrecarga; elevação dos índices construtivos junto ao metrô, porque uma nova infra-estrutura permite ampliação de concentração e construção junto ao eixo estrutural.

Para efetivamente tirar todo o proveito de um sistema de transporte, temos que integrar o planejamento urbano com o processo de reavaliação do Plano Diretor em curso em Porto Alegre, com a rede estrutural integrada de transportes.

Antes de agradecer a atenção, quero voltar a uma lâmina, pois quero me antecipar a um tema que certamente será fruto de discussão aqui. À lâmina que mostra a rede, mostra Porto Alegre. (Pausa.) A pergunta que fica é a seguinte: há um projeto da Prefeitura de Porto Alegre chamado Portais da Cidade, mas como é possível integrar? É evidente que já diagnosticamos, todos nós sabemos que, se tivermos o metrô, o Terminal Azenha e alguns terminais dos Portais, pelo menos na proposta original, eles estarão coincidindo com o metrô, bem como aspectos de traçado. Teríamos aí, pela proposta, um túnel na Av. Borges de Medeiros com metrô, a partir do Centro; evidentemente não é possível pensar em dois túneis, um para o sistema do BRT e outro para o metrô. Esses projetos têm que ser casados, mas entendemos possível fazer uma compatibilização, e isso, sim, foi simulado. Podemos acoplar perfeitamente o projeto de modernização do sistema de ônibus via BRT, da Av. Assis Brasil até o Centro, fechando o anel com BRT. Então, a fórmula adequada é, nessa primeira fase, fazer uma combinação de modernização do sistema de ônibus, acoplado ao planejamento integrado, à rede como um todo, na qual todo o anel estaria, em parte, nessa primeira fase, já com metrô, e, na parte onde não tem metrô, teríamos a possibilidade de acoplar a modernização dos nossos corredores via, por exemplo, um projeto tipo BRT. E para abrir espaço para debate também: todos aqueles terminais multimodais que estão sendo propostos podem ser grandes empreendimentos que envolvam outros negócios associados. É assim que nós estamos pensando, e é isso que defendemos. Portanto, há uma perfeita compatibilidade, evidentemente isso tem que ser definido em conjunto tecnicamente.

Eu diria mais: não podemos perder o momento da história. Eu queria só, se o Presidente me permitir, ler a notícia sobre Curitiba (Lê.) “Curitiba quer iniciar obras do metrô em 2010”. Então, Curitiba, que é apresentada como modelo de sistema de transporte sobre pneus, também, neste momento, está disputando fortemente recursos para implantar 18 quilômetros de metrô no seu eixo mais carregado de corredores de ônibus, que é um exemplo, no mundo, um modelo, mas hoje sobrecarregou. “O Prefeito Beto Richa” - diz a matéria do jornal Gazeta do Povo do Paraná - “esteve na semana passada em Brasília, na Casa Civil e no Ministério das Cidades e Transportes e afirmou o seguinte: ‘Mesmo sem recursos, garantimos ainda o cronograma de início da obra do metrô de Curitiba, que está marcado para o próximo ano.’ A confirmação foi dada pelo próprio Prefeito durante a assinatura de contratos com as empresas que venceram a concorrência pública para a realização de estudos e projetos de engenharia, o primeiro lote, e Estudos de Impacto Ambiental, o segundo lote.” Então, Curitiba, que é apresentada como modelo de DRT no mundo, hoje não está perdendo a oportunidade de disputar os recursos para viabilizar a sua linha de metrô. A pergunta que fica: Porto Alegre e o Rio Grande do Sul vão deixar o “cavalo encilhado” passar? Eu acho que não devemos. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Quero agradecer ao Kasper a brilhante apresentação. Nós vamos ouvir o Secretário Senna e também oportunizar a manifestação à Secretaria de Gestão.

Eu queria botar uma “gasolina” neste debate, porque, senão, vai ficar muito sonso. Primeiro, porque eu acho que não há divergência, não vejo ninguém nesta Cidade, não vejo nenhum agente público dizer: “Olha, sou contra o metrô”, não vejo isso. Eu acho que até nós amadurecemos muito, de uns anos para cá, para tratar dessa matéria. Agora, eu quero lançar, e sei que isto vai ser respondido na hora oportuna, uma pergunta. É uma obra de quatro milhões de reais e pouco; pessoalmente, eu creio que, por mais boa vontade que tenha o Governo Federal - e acho que o Governo tem boa vontade -, ele não botará esse recurso, esse valor, mesmo que seja no primeiro projeto, que custará três milhões de reais e pouco. Então, eu queria ouvir um pouco sobre essa questão, porque estou convencido de que, se não houver dinheiro privado, isso não sai.

Em segundo lugar, por mais que o Superintendente Kasper tenha dito que está compatibilizado o Portais da Cidade com o metrô, eu não enxergo assim, Secretário Senna, eu não enxergo assim. Terceiro, é evidente que a Metroplan está discutindo isso, mas, se faz parte de um sistema, tem de haver uma longa negociação, tanto com os operadores de ônibus de Porto Alegre quanto com a Grande Porto Alegre, porque senão a chance de sair o metrô é zero! Então eu queria ouvir, no decorrer, também, um pouco a respeito disso.

O Sr. Secretário Luiz Afonso Senna está com a palavra.

 

O SR. LUIZ AFONSO SENNA: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, é mais uma vez um prazer para mim, uma honra estar no plenário desta Casa. Eu vou ser muito breve, até gostaria de ser muito breve, pegar a apresentação do nosso Superintendente Kasper e colocar embaixo a minha assinatura dizendo: “Ciente, de acordo”. O metrô é importante em todas as cidades do mundo. Todas as grandes cidades do mundo buscam o metrô como alternativa, ela é a alternativa mais sustentável de todos os modais disponíveis tecnologicamente hoje. E a discussão sobre o metrô em Porto Alegre está extremamente atrasada! Eu tive a oportunidade de participar, lá em 1997, em 1998, do Estudo de Viabilidade Econômica, Financeira da Linha 2 do metrô. E o que eu lamento é que se passaram dez anos, e nós estamos discutindo ainda a viabilidade econômica da Linha 2 do metrô! Acho que estamos absolutamente atrasados para implantar o metrô.

Até antes de seguir aqui a provocação que o Presidente Melo faz, eu concordo na plenitude com o Kasper: os projetos estão sendo desenvolvidos de forma integrada. E tudo que nós temos aqui, tudo que o nosso Superintendente Kasper apresentou é o resultado dos estudos desenvolvidos no GEI, Grupo Executivo de Integração. Talvez, em raríssimas vezes no Brasil, se tenha tido a oportunidade de integrar as três dimensões de Governo - Federal, Municipal, Estadual -, no caso, através da Metroplan. Acho que algumas das condições importantes para que se avance na implantação do metrô, no caso a Linha 2, já estão praticamente colocadas. Uma delas é a adoção da bilhetagem eletrônica, que, tanto em nível municipal quanto em nível metropolitano, já foi feita. Agora, trabalha-se arduamente no sentido de integrar essa bilhetagem para que o usuário possa se deslocar na rede como um todo, essa é a tônica do discurso do nosso Superintendente Dr. Kasper.

Então, na realidade, há uma sintonia absoluta, algo que, infelizmente, lá em 1997, 1998, 2000, 2001, não existia, se houve uma discussão “estomacal”, vamos dizer, em relação à questão do metrô. E isso tudo está superado. Hoje temos uma condição, como disse o Presidente Melo, de absoluta sintonia. O sujeito que for contra o metrô está com algum problema mental. Então, a nossa discussão não é se tem que fazer ou não; é quando começa, é o desafio de começar a obra. Acho que temos hoje, em Porto Alegre, um desafio importante; todas as cidades do mundo que abrigaram a Copa do Mundo, um megaevento, usaram esse evento para promover um upgrade na sua infra-estrutura. Cidades importantes do mundo, cidades ricas do mundo fazem isso, e nós, com muito mais razão, deveremos fazer. Eu não tenho a menor dúvida de que Porto Alegre vai ser a sede da Copa. Ontem eu via um programa na televisão, em Brasília: era o Sport Club Internacional mostrando a maquete num nível que nenhuma cidade brasileira discute ainda. Nós estamos muito avançados em relação a qualquer uma das grandes cidades brasileiras que estão competindo para serem sede da Copa do Mundo.

Dito isso, eu acho que o grande desafio que está posto - e aí não é só para os Poderes Executivos, mas também para os Legislativos, nos três níveis de Governo - é a viabilização do início da obra. Eu costumo dizer na Secretaria que tenho lá uma picareta prontinha, porque quero ser um dos primeiros a abrir... Esse é o desafio real agora. E nós temos que trabalhar no detalhamento, nos projetos de engenharia, inclusive na avaliação econômico-financeira detalhada, como nesse caso aqui, lá dos estudos de 1997, 1998, que descreve o impacto dele, as diferentes articulações que se precisa fazer tanto do ponto de vista técnico como econômico, financeiro, jurídico, todos os arranjos necessários para implantar uma obra com tamanha repercussão na Cidade. E, se tivermos a oportunidade de fazer isso dentro dos próximos cinco ou seis anos, antes da Copa do Mundo... Gente, isso aí é o sonho de consumo de qualquer gestor público! É a possibilidade de entrar para a história provendo o sistema mais sustentável de transporte público que existe, que é o metrô.

Depois da apresentação do Kasper, que foi bastante longa, eu só tenho a agregar isso e dizer que o Município de Porto Alegre é mais do que um parceiro nessa iniciativa, ele é o principal interessado, até porque toda a Linha 2 está inserida dentro do Município de Porto Alegre. E eu termino da mesma forma que o Kasper terminou o seu pronunciamento: será que nós vamos perder uma oportunidade dessas para implantar o metrô na nossa Cidade? Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Eu pergunto à Secretaria de Gestão se quer se manifestar neste momento ou mais no final. (Pausa.)

 

(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Está bem. Agradeço a manifestação do Secretário Senna, e vamos começar o debate.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente, meus nobres visitantes, eu tenho o privilégio de ser o primeiro orador neste período. Essa questão da mobilidade urbana em Porto Alegre, bem como em toda a nossa Região Metropolitana, é de fundamental importância. Nós costumamos falar muito de São Paulo, do Rio de Janeiro, dizendo que está tudo trancado, que não se consegue circular às sextas-feiras de tarde e coisas do tipo, mas a nossa Cidade e a Região Metropolitana têm momentos de grade conturbação. Nós temos que achar as soluções, e parece-me que, finalmente, estamos conseguindo chegar a denominadores comuns.

Eu sou aqui obrigado, como sempre faço, a reconhecer aquilo que considero um avanço. Eu preciso falar ao Secretário Senna. Tenho sido um duro crítico da sua gestão, mas sempre apresentando proposições. E hoje fico feliz com a sua fala, porque parece que começa a haver uma convergência: a Prefeitura, o Governo do Estado com a Metroplan, e a Trensurb, do Ministério das Cidades, com este grupo, o GEI, e chegaram a bons denominadores. Se nós soubermos conversar, se nós soubermos fazer articulações, o metrô sai, é um desafio muito importante o que o Melo fez, só trocaria a “gasolina” pelo biodiesel! Vamos à luta, vamos formar um grande mutirão de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul.

Vou aproveitar que nós temos nas quintas-feiras este período e verificar qual dos nossos Deputados Federais está na coordenação da Bancada gaúcha, para que, no próximo mês, a gente paute a presença da coordenação da Bancada gaúcha aqui nesta Câmara para fazermos as nossas demandas. Nós queremos que eles lutem para trazer as principais verbas ou a principal verba - seja com Emendas parlamentares, seja com recursos do PAC da Mobilidade - para a ampliação da linha do Trensurb, para termos essa primeira parte realizada em 2014 e sermos um exemplo para a Copa de 2014.

Eu trabalho com essa perspectiva e vou sempre me pautar por essas questões, porque, desde o início desta década, com o Záchia e com tantos outros Vereadores - alguns que não estão aqui agora, inclusive lembro do saudoso Isaac Ainhorn -, nós trabalhamos no sentido de mostrar que era importante e necessária a questão da Linha 2. O traçado, evidentemente, deverá ser realizado com especialistas, com técnicos.

Quem está na Zona Norte talvez gostasse que o anel começasse a ser feito por lá, tenho certeza de que o Daniel Kieling, que está aqui, lá do Lindóia, vai querer que comece por lá, mas nos parece, pelos dados, que a Cidade está crescendo mais ao sul e ao leste. Então, temos que nos pautar pelos dados concretos, pelas simulações que estão sendo feitas pelos responsáveis por essa questão. Por isso, acredito que será fundamental para nós todos trabalharmos na perspectiva que foi colocada aqui pelo Kasper e, felizmente, secundada pelo Secretário Senna.

Quero também aproveitar o momento para que a gente coloque essa questão da relação com o Governo Federal. Quando solicitamos audiência com o Ministro das Cidades, imediatamente fomos atendidos, estivemos lá na sede da Trensurb; depois, com o Bueno, Secretário Nacional de Mobilidade Urbana; e acredito que, Presidente Sebastião Melo, possamos fazer essa agenda e conversar com a coordenação da Bancada gaúcha sobre verbas e, com o acompanhamento e as Lideranças de cada Partido aqui do Rio Grande do Sul, mantermos esse permanente diálogo. E assim nós vamos conseguir, sem dúvida nenhuma, os recursos necessários. Se necessário for, faremos uma expedição a Brasília. Eu tenho certeza de que as portas do Paço Municipal vão se abrir para a gente dialogar com as contrapartidas necessárias da Prefeitura.

E alguém aqui muito bem colocou antes - acho que foi o Melo - que nós temos, evidentemente, interesse em dialogar também com a iniciativa privada. Acho que, em alguns momentos, nós tivemos dificuldades de tratar o tema, mas eu espero que o dia 19 de março possa ser um momento de confluência das nossas idéias. Isso não faz com que a gente deixe de criticar aquilo que consideramos que seja errado, equivocado, seja de qualquer nível do Governo, seja do nosso Partido ou não, porque temos que nos pautar pelo bem comum, pelo interesse coletivo, porque a nossa postura tem que ser eminentemente republicana. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações.

Convido o Ver. Adeli Sell a assumir a presidência dos trabalhos, tendo em vista um atendimento que preciso fazer na Presidência de Casa.

 

(O Ver. Adeli Sell assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Acho que não precisamos lamentar o tempo que nós perdemos lá pelos idos dos anos 2000, quando houve aquela tentativa de aprofundar a ampliação da Linha 2 da Trensurb. Realmente acho que a Cidade não estava preparada, e lamentavelmente nós perdemos um precioso tempo. Outras capitais, outras cidades do nosso País aproveitaram e já estão bem avançadas nesse aspecto da Linha 2 da Trensurb. Lamentamos, mas não ficamos chorando; vamos, então, enfrentar esse assunto agora.

Como Presidente da Frente Parlamentar do Turismo, eu quero dizer que tanto a Trensurb quanto as suas complementações, como, por exemplo, os Portais da Cidade e as outras complementações das linhas de ônibus, das linhas de lotações e mesmo os táxis, tudo é importante. Nós pretendemos que Porto Alegre cresça, ilustre Secretário Senna, e, para crescer, para atrair turistas para a nossa Capital, nós precisamos de mobilidade urbana, nós precisamos acelerar o nosso turismo, e para isso ele tem que ser muito fortalecido, muito baseado na mobilidade urbana. Então eu queria, em nome da Frente Parlamentar do Turismo, dar o apoio de 28 Vereadores que compõem a nossa Frente, em breve seremos 29, e dizer que o nosso apoio é irrestrito e que precisamos tanto da Trensurb quanto dos Portais da Cidade e suas ramificações.

Eu tenho certeza, e disso eu fui testemunha, de que o nosso Ministro Márcio Fortes, que é do meu Partido, o Partido Progressista, está extremamente empenhado em colaborar com Porto Alegre, cumprindo essa necessidade histórica do nosso Estado. O nosso Estado não pode perder mais essa oportunidade de resolver o seu problema de transporte até para enfrentar o grande evento que será a Copa de 2014. Precisamos lutar a fim de que esses empreendimentos já estejam concluídos para essa época. Então, muito trabalho, e contem com o apoio da nossa Frentur. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Hoje é um dia extremamente importante para a Câmara Municipal de Porto Alegre: nós tivemos a oportunidade de assistir, em vídeo, ao projeto que foi apresentado pelo Dr. Humberto Kasper. A cidade de Porto Alegre está aguardando que esse projeto se torne realidade. E nós acreditamos nisso. Todos os Vereadores receberam um envelope com um material de extrema importância. Eu li esse material - todos os Vereadores tiveram a oportunidade de acompanhar - e posso afirmar que se trata de um belo material, muito bem-feito, Secretário Senna, muito bem elaborado. Chamou-me atenção, meus caros colegas Vereadores... Tudo é importante, mas eu vou dizer aqui o que li: “De 1985 a 2007 o metrô gaúcho transportou 858 milhões de passageiros, atualmente transporta uma média de 170 mil usuários por dia.” Isso não é pouca coisa, meu caro Secretário. E nós sabemos, porque a gente acompanha isso no dia-a-dia, o problema do trânsito em Porto Alegre. Outro dia vários Vereadores criticaram quando estourou um cano de água, e deu um engarrafamento de trânsito, que é um incidente, acontece. Veja a importância do metrô em Porto Alegre.

Secretário Senna, eu tomei nota de três dados que foram colocados aqui sobre quando começam as obras do metrô. O projeto está pronto, todo o mundo teve oportunidade de assistir, está aí ainda, tem uma parte aí. Quando começam as obras do metrô? É um sonho, sem dúvida nenhuma, de qualquer gestor público; também foi colocado aí pelos técnicos e também foi dito que “o cavalo está encilhado”. “O cavalo está pronto”, Secretário, “está encilhado”, estou só aguardando que “alguém monte no cavalo e toque o barco”. Mas gostei das colocações do Secretário. Todas as colocações foram muito bem colocadas. O Secretário Senna disse que tem ao lado de seu gabinete uma picareta pronta para dar início às obras. É um Secretário que está falando; ao lado do seu gabinete há uma picareta pronta para o início das obras. Eu quero dizer a V. Exª, Secretário, e em nome dos Vereadores, permitam-me, que todos nós poderíamos ter em nosso gabinete uma enxada, ao lado da nossa mesa, para que nós possamos acompanhar o início dessa obra. Parabéns à Diretoria e aos técnicos que estão estudando esse projeto.

A Copa do Mundo está aí, e o Secretário Senna já falou que é uma realidade. Sem dúvida nenhuma, Porto Alegre vai se preparar para ser uma das sedes da Copa, porque a Capital do Estado do Rio Grande do Sul merece estar sediando a Copa do Mundo de 2014. Estão aí os técnicos, os projetos estão prontos, o Secretário Senna está ciente. Trouxe-nos a notícia de que em Brasília já está praticamente... Não deram oficialmente a notícia de que Porto Alegre vai ser uma das sedes da Copa do Mundo, mas extra-oficialmente foi dito pelo Secretário e pelos técnicos que Porto Alegre irá sediar a Copa do Mundo. Portanto, parabéns aos técnicos, parabéns ao Secretário Senna. Sem dúvida nenhuma a Câmara Municipal será parceira nessa luta, porque quem ganha somos nós; quem ganha é Porto Alegre. Parabéns e um abraço.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Beto Moesch está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente; Secretário Senna, ex-colega; demais membros da Mesa, estamos inaugurando hoje uma nova forma de trabalhos às quintas-feiras que entendo ser de fundamental importância, quando se pautam assuntos específicos e se pode debater. Iniciamos então com o metrô. Vejam a importância desse tema, sem sombra de dúvida: metrô e, obviamente, mobilidade urbana. As várias formas de uma Cidade, de seus moradores, de seus visitantes, dos que vêm aqui trabalhar, enfim, dos que vêm aqui negociar se dirigir a um espaço, de um lugar a outro, com segurança, sem poluição, com conforto. E esse é, sem sombra de dúvida - posso estar aqui repetindo, eu sei -, um dos maiores desafios das metrópoles do mundo todo. Isso é um problema de metrópole. Cidades menores não enfrentam tanto esse tipo de problema.

Por mais que Porto Alegre tenha feito nas últimas décadas - e tem, com relação à mobilidade urbana, ao transporte coletivo, tanto de ônibus, que é exemplar, como de lotação, somos a única Cidade no Brasil a possuir esse tipo de transporte, desde os anos 70 -, ela tem uma experiência rica nesse aspecto, mas, mesmo assim, como em qualquer metrópole do mundo, deixa a desejar. No caso específico, entendo que falta, sim, o metrô; é uma discussão - foi bem lembrado pelo nosso palestrante - que, desde 2001, esta Casa, de forma mais técnica, enfrenta, e tenho acompanhado desde então. O metrô é uma necessidade, Ver. Dr. Thiago? É uma necessidade. Eu estou muito convencido disso. É muito caro. O homem já foi várias vezes à Lua. Nós investimos tanto em tantas coisas e estamos aqui diante de um sistema, que foi bem colocado aqui, que não é para curto ou médio prazo, e isso é que às vezes faz com que as pessoas não entendam. Ele é para longo prazo. E nós, que estamos em uma sociedade, principalmente a nossa, do imediatismo, da rapidez, se fizermos o cálculo: “Não é possível fazer...”

Então, o metrô, na minha opinião, entra nesse desafio e nessa dificuldade de mostrar a sua importância. Portanto, eu quero colocar aqui a importância. Se vai ser com mais ou menos superfície, isso é uma outra questão que, para mim, não cabe entrar, pois é técnico demais para a minha humilde compreensão do sistema, porque, se tiver mais superfície, será mais barato, mas também poderá trazer outros tipos de problemas; não é, ao meu ver, o debate que deve se estabelecer na Câmara de Vereadores. O mais importante que eu gostaria de pautar aqui, Ver. Dr. Raul, é justamente o seguinte: Porto Alegre tem que ter uma diversidade de modais. Porto alegre só tem um modal, é o modal rodoviário. Por melhor que seja, e ele não deixa de ser exemplar, como modal rodoviário, são lotações, ônibus e até mesmo automóvel, e, querendo ou não, desloca-se rapidamente, sim, por automóvel. Só que o automóvel, em qualquer cidade metropolitana moderna, é um elemento já descartado dos debates, Ver. DJ Cássia. A classe média brasileira tem que entender que o automóvel não é mais prioridade nos investimentos públicos. Quem quer usar automóvel que encare o ônus. Porque é inadmissível fazermos investimentos caríssimos em alargamento de avenidas, viadutos para principalmente atender ao transporte individual, que é o automóvel.

Estou tentando aqui trazer uma síntese de manifestações de vários administradores de várias metrópoles do mundo. Tanto é que Paris, Ver. Mauro Zacher, optou pelo transporte coletivo os mais diversos, como metrô, ônibus e, sim, transporte individual. Mas qual o transporte individual? A bicicleta. Hoje, no mundo, o transporte individual no qual se aceita se investir é a bicicleta. Vejam a cidade de Detroit. Se não me engano, 70% do território de Detroit é feito de grandes avenidas e viadutos, e ela está totalmente falida. Detroit é um exemplo de cidade falida, quase miserável - Detroit, Estados Unidos. Nós temos que pegar os bons e maus exemplos. Barcelona vai no mesmo sentido de Paris, assim como Berlim. E não precisamos ir longe, a Região Metropolitana e arredores: Taquara, Montenegro, Sapiranga e assim por diante. Embora o assunto seja o metrô, quero mostrar que o metrô é imprescindível para a Cidade, mas interligando-se com modais como a bicicleta. Poderíamos, por exemplo, apresentar um novo modal que acho igualmente tão importante: o fluvial. Talvez poucas cidades do mundo tenham condições de ter um transporte fluvial como Porto Alegre. Olhem o Guaíba! Nós podemos ligar uma ciclovia na Restinga até o Guaíba e, dali, pelo fluvial. Hoje, na hora do rush, leva-se uma hora e meia de ônibus para ir do Centro até a Restinga. Isso seria reduzido numa integração de modais, bicicleta/fluvial, sem, obviamente, afastar o ônibus. Essa qualificação de mobilidade é que precisamos encarar e enfrentar, por isso estou aproveitando esse debate de hoje, fundamental, para pautar esse assunto aqui, Ver. Dr. Thiago.

 

O Sr. Dr. Thiago Duarte: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Muito obrigado pelo aparte, Ver. Beto Moesch, quero contribuir com o debate. E a gente pode nominar: todo o Japão, no qual a gente já esteve presente, tem muito bem claro o transporte fluvial intercalado com o ciclismo, transporte por bicicleta. A segunda coisa que eu queria destacar é aquilo que V. Exª mencionou: às vezes, o caro acaba, no futuro, em função do meio ambiente, saindo barato, e o contrário também é verdadeiro, o barato, às vezes, sai caro. A terceira coisa, adiantando até provavelmente o que V. Exª vai citar: as doenças respiratórias em Porto Alegre têm crescido, percentualmente, ao longo do tempo, mesmo com os invernos não sendo tão rigorosos, como foi no passado, e isso se dá muito em função das alterações do meio ambiente. Então, hoje nós temos, na Secretaria da Saúde, nos meses de maior transição temporal, a chamada operação inverno, que é eminentemente para se tratar, nas unidades básicas, dos problemas advindos da mudança no meio ambiente, das doenças respiratórias. Sei que V. Exª vai tratar ao longo da sua exposição, mas é só no sentido de contribuir com a sua opinião.

 

O SR. BETO MOESCH: Obrigado, Ver. Dr. Thiago. Nós justamente estávamos comentando que Porto Alegre, das cidades com até dois milhões de habitantes, é um das cidades mais poluídas do mundo em termos de ar. Repito: das cidades com até dois milhões de habitantes, Porto Alegre é uma das mais poluídas, em termos de problemas atmosféricos, no mundo. É impressionante, porque existe a concentração no Centro, e por isso os Portais são importantes, assim como o metrô; nós temos uma concentração muito grande no Centro, essa poluição se dá no Centro e muito em cima do transporte rodoviário: gasolina e diesel. Por isso temos que também debater aqui, Ver. Dr. Raul, porque isso é uma questão não ambiental, mas de Saúde Pública. Os Estados do Rio de Janeiro e de São Paulo já conseguiram usar o diesel 50, que contém muito menos enxofre do que esse que temos aqui, que é o diesel 500, ainda considerado menor do que o dois mil. O Rio de Janeiro já está usando o B20, que é 20% de biodiesel na sua frota, está testando em quinze ônibus. Portanto, nós temos que somar isso, mais modais, e o modal rodoviário que está aí precisa também se qualificar pelo bem da mobilidade e da saúde das pessoas. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, meus convidados nesse sistema específico de expansão da linha da Trensurb; Sr. Humberto Kasper, Superintendente da Trensurb, que nos brindou com a exposição detalhada a respeito dos procedimentos que vêm sendo adotados sob a sua coordenação; caro Sr. Luiz Afonso Senna, Secretário da Mobilidade Urbana do Município; Sr. Paulo Amaral, Diretor de Operação da Trensurb; Sr. Emílio Merino, Gerente de Projetos da Secretaria de Mobilidade Urbana; Sr. Marco Kappel Ribeiro, Representante da Secretaria de Gestão e Acompanhamento Estratégico; eu farei uma afirmação inicial que poderá assustar. Durante muito tempo eu ouvi a seguinte expressão: “Quem tem dinheiro constrói, quem não tem planeja”. Os planejadores, por muito tempo, entediam que era ofensivo para eles. Mais tarde, foi melhor entendida essa colocação, e o planejamento começou a se desenvolver como um meio de se chegar ao recurso, de se chegar ao dinheiro. Mudaram os tempos, e nenhum recurso mais surgiria por obra e graça do Espírito Santo, e sim por um bom planejamento econômico que permitisse demonstrar viabilidade da boa utilização dos recursos.

O Trensurb, aqui em Porto Alegre, não fugiu disso. Foi dito aqui que, desde 2001, se debruça a Câmara de Vereadores sobre esse assunto. Há um certo equívoco; esta Câmara se debruça sobre o assunto Trensurb desde o final dos anos 70, desde o longínquo 1979, quando o Secretário de Desenvolvimento Regional da época, hoje Conselheiro do Tribunal de Contas, Victor Faccioni, me chamou informando que existia a possibilidade de se obter um recurso, que o então Ministro Delfim Netto havia informado que o organismo internacional que normalmente financia as grandes obras neste País - o BID - tinha recurso para um metrô, que poderia ir tanto para o Nordeste quanto para Porto Alegre, dependendo de quem fosse mais ágil. Informou que havia um projeto antigo numa prateleira lá para a linha da Trensurb, que acabou sendo parcialmente implantada a partir dos anos 80 e que, agora, se encaminha para o final com a sua implantação definitiva até Novo Hamburgo. Mas, se tudo isso mudou, continua, Dr. Senna, sendo a grande interrogação a presidir qualquer debate acerca da disponibilidade do recurso existir ou não existir.

É lógico que não quero me incluir entre os insanos que não querem o metrô. Mas também não quero praticar a insanidade de entender que é possível ele se realizar sem que haja os recursos disponibilizados no montante necessário para a implantação da Linha 2, assim denominada, e que o conjunto envolve recursos da ordem de 2,5 bilhões de dólares, que representam, ao final e ao cabo, mais de 6 bilhões de reais.

Eu falo tudo isso, porque não podia ser mais feliz a Direção da Casa, na reformulação que faz no nosso sistema de trabalho, em priorizar o assunto Trensurb, como sendo o primeiro a ser debatido, numa quinta-feira, que nós queremos dedicar para o debate dos grandes temas do Município. Não podia ser mais feliz, porque o Trensurb é um assunto que está na cabeça de todos nós, porque ano após ano se fala nele. Lembro que, em 2001, fizemos aqui um grande seminário, trouxemos gente do Brasil todo para deflagrar esse processo. Os estudos já vêm desde o início deste milênio, deste século, e nós estamos aqui, no ano de 2009, ainda perguntando onde é que estão os recursos.

Quanto à história do “cavalo encilhado”, eu não sei o que nos falta, se é o cavalo ou se são os arreios, mas alguma coisa não está na nossa mão. E, para encilhar o cavalo, ele tem de ser bem encilhado, com uma boa pilcha, sob pena de que não dá para se sair cavalgando em pêlo. Então, eu quero deixar muito clara aos companheiros Vereadores que estão empolgados com a idéia do metrô, meu caro Ver. Thiago, qual a grande tarefa nossa aqui hoje, além de mostrarmos essa realidade. O que nós podemos fazer - se é que queremos fazer - é juntar esforços numa grande frente para sensibilizar quem pode oferecer esses recursos, e buscar, sem ceticismo exagerado, mas com realismo adequado, esses recursos para Porto Alegre e para a Região Metropolitana.

E não há dúvida nenhuma de que neste País, se alguém tem esse dinheiro, é o Governo Federal. Não vamos nos enganar. Porto Alegre não tem, e o Estado muito menos. Ou se sensibiliza o Governo Federal para virem recursos, e esses recursos têm que ser consistentes... Não pode ser mais um daqueles anúncios de que se fará essa ou aquela obra, depois começam a aplicar o recurso, e esse escasseia cada vez mais. Não pode se fazer isso sob pena de se estar passando para a opinião pública um otimismo exagerado, tão negativo como o pessimismo. Nós temos que focar o assunto com realidade. Eu não quero, de modo nenhum, me perfilar entre os insanos, mas quero bater ponto entre aqueles que realisticamente estão enfrentando o assunto.

É evidente, Ver. Beto Moesch, que as coisas mudam. Vossa Excelência falou da nossa cultural dependência do automóvel. Ora, eu, nos meus 69 anos de idade, devo confessar para vocês que uma das maiores realizações de minha vida foi quando aos vinte e poucos anos, com dinheiro suado, comprei um fusca 62, usado, ele estava inclusive fumegando, porque o motor estava precisando ser retificado, mas era um automóvel. Eu perdi aquela condição de desequilíbrio junto aos meus colegas mais afortunados, que tinham um veículo. Culturalmente isso se passou, hoje nós temos essa realidade. Há automóvel demais trafegando nas ruas, e as ruas não aumentaram na sua disponibilidade. Nesse meio tempo, as gasolinas deixaram de andar no nosso rio, aqui já houve esse transporte. Sobre as bicicletas, Ver. Beto Moesch: no final dos anos 50, os moradores do Passo D’Areia vinham de bicicleta para o Navegantes para trabalhar nas fábricas, não tinha outro tipo de transporte. Agora, não vamos imaginar que, numa cidade cheia de colinas como a nossa, a opção pela bicicleta possa ser uma solução para todos. Porque dificilmente alguém poderá, a vida inteira, subir lá do mercado até esta zona, passar por toda a lomba da Rua Duque, pedalando uma bicicleta. Eu seria um fracasso total porque não sei pedalar nada. Não pedalo nada.

Por isso, Presidente, na presença aqui do Dirigente da Trensurb, do nosso Secretário da Mobilidade Urbana, dos melhores integrantes das suas equipes, nós deflagramos um processo. Queremos o metrô? É difícil, é difícil, muito difícil. Podemos contribuir? Podemos. Fazendo uma grande frente, arrumando o dinheiro, porque, se não houver recursos, disse bem o representante da Trensurb, a intenção vira discurso, e o discurso não transporta ninguém. Era isso, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Obrigado pela paciência de vocês. Eu farei menos teorizações aqui porque não tenho competência técnica para tal, mas contei quatro eixos de questões, elementos e evidências que, enquanto Vereadora, tenho acompanhado e que me preocupam no sentido de, por estas evidências, achar difícil um projeto tão auspicioso, caro e que exige prioridade de Governo e articulação de diferentes Secretarias e esferas para acontecer.

Então, eu inicio falando das emendas federais e confesso que nós assistimos na campanha eleitoral à afirmação de que emenda era emenda, mas não era emenda, não era para Porto Alegre... Eu queria saber do Secretário Senna se isso está resolvido. Eu participei de uma audiência da Deputada Federal Maria do Rosário com o Prefeito Fogaça, dando a notícia de uma nova emenda dos Parlamentares do Estado do Rio Grande do Sul para desenvolver o projeto do metrô para Porto Alegre. Eu queria notícias concretas: a emenda existe? A Prefeitura tomou ciência dela, apresentou projeto? Ela é exequível neste ano, é utilizável neste ano? Porque, imaginem o cidadão o quão perplexo fica ouvindo várias versões, se nós, Vereadores, temos dúvida sobre esse tema. Não sei se a Trensurb ajuda nisso. Há recursos para desenvolver o projeto do metrô de Porto Alegre? Essa é a pergunta objetiva. O Projeto se desenvolverá durante este ano?

O segundo ponto é sobre o tema das contrapartidas e da capacidade de Porto Alegre de responder, porque um volume de recursos desse... Nós sabemos que o investimento federal não vem gratuitamente, o Município tem que dar contrapartidas e mostrar o seu compromisso, viabilizar a sua parte na co-responsabilidade. E aí, Secretário Senna, temos uma evidência da brutal redução de investimentos na área da mobilidade urbana em Porto Alegre nos últimos três anos; uma redução muito grande. Tenho aqui dados da Prefeitura Municipal, Secretaria da Fazenda, dados atualizados até o último dia de dezembro de 2008, programas previstos para 2008, da Cidade Acessível: adequação da sinalização das vias estruturadoras: zero de realização; valor empenhado, valor liquidado e valor pago - nos três itens: zero, zero e zero; plano de sinalização semafórica: zero, zero, zero e zero, nada empenhado, nada liquidado, nada pago. Nas obras corretivas, também, nenhuma aplicação de recursos; nos transportes coletivos urbanos, ações para pedestres, transporte sustentável, nenhum recurso empenhado, nem utilizado, nem pago. Em qualificação da infra-estrutura de corredores, estações terminais de transporte público: zero, zero, zero; na bilhetagem eletrônica: zero, zero, zero; na atualização do Plano Diretor Setorial de Transportes, nenhum investimento; no Plano de Informação ao Usuário de Transporte Público, nenhum investimento. Em ampliação do sistema prioritário, priorizado o transporte público, BRT, nenhum investimento; na qualificação de paradas de ônibus, nenhum investimento; no Plano Diretor, Ver. Beto Moesch, Cicloviário, nenhum investimento em 2008. Esses são dados da Fazenda. A gente está vivendo um caos no trânsito de Porto Alegre, sabemos que investimentos de inteligência continuados são necessários para enfrentar isso. Não haverá uma solução mágica do metrô sem a adequação de várias alternativas, mas, principalmente, sem um estudo de inteligência aplicado na avaliação do cotidiano da Cidade.

Sobre a ampliação da Rua Voluntários da Pátria: a informação que eu tenho - pode estar errada, talvez o Ver. Beto Moesch possa informar - é de que a ampliação é uma contrapartida da Concepa em relação aos pedágios na freeway. A ampliação da Rua Voluntários da Pátria até a Av. Leopoldo Brentano e Rua Guilherme Schell, resolvendo a saída de Porto Alegre, essa ampliação da Rua Voluntários, que não tem custo para a Prefeitura, está paralisada. E está paralisada, pelas informações que tenho - posso estar errada, posso não estar bem informada -, porque a SMAM embargou a obra, pois a Concepa não estava dando destino ou porque estava dando um destino inadequado ao lixo produzido pela obra, e a Prefeitura não resolve sobre a retirada do entulho em função da Concepa, que não aceita levar o lixo a não sei quantos quilômetros, etc, etc, etc. Então, está paralisada a obra da Rua Voluntários da Pátria há algum tempo, uma obra que não tem custo para a Prefeitura.

Isso para mim é um elemento da desarticulação de Governo, da falta de integração de Governo, da falta de prioridade, da percepção enquanto Governo da necessária intervenção urbana para a solução dos problemas de trânsito em Porto Alegre. Eu exemplifico com isso uma redução de investimentos, redução nos investimentos em obras, no caso, que ajudam o trânsito, asfalto, infra-estrutura também; houve redução geral nos últimos anos. Quer dizer, como é que a Cidade se prepara - esta é uma pergunta - para construir uma contrapartida, uma resposta para a viabilização de um projeto como este da Trensurb, diante de um quadro que a gente vê que é um quadro bem difícil de contrapartida e de iniciativas, de burocratização e de fragmentação das ações da cidade de Porto Alegre? Fragmentação que a gente percebe em outras áreas também.

E, por fim, Secretário Senna e Trensurb, eu tenho aqui o material dos Portais da Cidade; um material bonito, que foi apresentado nesta Casa, com um desenho - tem um desenhinho aqui, Ver. Ervino - diferente do desenho que fez a Trensurb. E mais do que isso - porque não necessariamente o desenho é o mesmo dos Portais: o Prefeito está anunciando que daqui a dois anos já vamos ter os Portais na Cidade. Eu escutei isto no rádio ontem: o Prefeito anunciando, em função da crise que houve na segunda-feira, medidas para a melhoria do trânsito e anunciando que, daqui a dois anos, teremos os Portais na Cidade. Eu não tenho notícias de que o projeto Portais esteja sendo redesenhado. O projeto inicial apresentado recebeu uma reação muito grande da Azenha, dos comerciantes da Azenha e da Cidade Baixa. O projeto inicial foi pensado nos moldes da parceria público-privada, entrega à iniciativa privada; estão aqui os lindos shopping centers e os acessos que seriam construídos nesses espaços.

E estamos tendo uma experiência bem complicada nessa parceria público-privada, no caso do camelódromo. É complicada por quê? A lógica é a iniciativa privada para áreas sociais, mas no caso dos transportes talvez seja um pouco diverso, porque, em relação ao camelódromo, temos um público em vulnerabilidade social, um público que não tem condições de competir no mercado, e é uma obra muito cara, muito complExª Estamos enfrentando um drama, porque as pessoas não conseguem pagar a sua parte para sustentar a obra, que foi feita em cima de um terminal de ônibus, com todas as intervenções que tiveram que ser feitas naquele lugar, aqui no Centro da Cidade.

Então, o que me preocupa é que temos reação em relação à Azenha, em relação aos Portais, e eu não vejo uma rediscussão na Cidade, vejo o Prefeito anunciando os Portais. Não há projeto, ainda, de adequação à Trensurb, foi falado aqui, e o Prefeito continua anunciando os Portais. Há, de fato, um estudo de integração entre Portais da Cidade e o futuro metrô na cidade de Porto Alegre? Estudo de integração discutido com os moradores, com as regiões onde ocorrerá a intervenção? Essa é a pergunta. E o modelo parceria público-privada não vai ser muito caro para se viabilizar? Quem pagará essa conta, considerando a brutal redução de investimentos nessa área? Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Meu caro Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores presentes, Secretário Senna, Superintendente Dr. Kasper; amigo e companheiro Paulo Amaral, Diretor de Operações da Trensurb; quero falar da importância da presença de todos os senhores.

Hoje, aqui na Câmara, tivemos belas oportunidades de compartilhar uma série de posições, de conhecimentos e informações que a cidade de Porto Alegre gera. Pela manhã, no encontro que tratou do Plano Diretor da cidade de Porto Alegre, abordamos vários temas. E eu tenho a satisfação de dizer que fui eleito, pelos Srs. Vereadores e pelas Sras Vereadoras, para relatar o Plano Diretor Centro da Cidade e Cais do Porto.

Quando nós vislumbramos o que é e o que pode ser esse contexto - vamos nos cingir agora ao Cais do Porto - e tendo uma visão estratégica de futuro da cidade de Porto Alegre, eu acredito que, primeiro, é preciso analisar e verificar o que nós temos, que complexo envolve o Cais do Porto, a Mauá, etc. Ali nós temos os pavilhões, temos o Muro da Mauá, e, sem modéstia, eu tenho um conhecimento bastante profundo do tema, porque fui por quatro anos Diretor-Geral do DEP, sei da função do muro ali. Nós temos imediatamente ao lado a nossa Trensurb e, ao lado, aquela murada que separa a Av. Mauá da linha da Trensurb. Nós temos a avenida, a Rodoviária e os prédios da Av. Mauá. Se pararmos e analisarmos esse complexo todo, vamos verificar o que é, como está, o que existe, o que pode ser feito, que estudos Porto Alegre tem, que propostas se tem. Coisas que se vêm debatendo há muito tempo.

Aliás, eu fui Vereador em Porto Alegre de 1989 a 1996, e, naquele período, se apresentaram projetos aqui, por exemplo, como o do Cais da Mauá. Na minha visão, e não é imposição minha, o Muro da Mauá não pode desaparecer. Agora, ele poderia ser serrado e deitado com dobradiças, acho que essa é uma interessante posição. Nós temos, por exemplo, o Trensurb, e, se queremos o embelezamento do nosso Centro, um contato com o lago e uma integração Cidade-Cais - não sou um expert no tema, é apenas uma visão que tenho e que merece críticas, sim, e as respeitarei se as tiver -, acredito que o trem da nossa Trensurb, na Av. Mauá, deveria ser subterrâneo. É uma proposta que considero necessária para a Cidade, porque com isso poderíamos modificar todo aquele complexo que temos ali hoje. Então, tratamos isso pela manhã. É um belíssimo tema que temos a tratar. E, agora à tarde, temos a satisfação de tê-los conosco neste outro tema: o metrô. O metrô é uma questão estratégica de futuro para a cidade de Porto Alegre, para todas as cidades.

Em 1991, assumi, por três dias, a Prefeitura Municipal de Porto Alegre como interino; na época, eu era Presidente em exercício da Câmara Municipal. Em 1991, assinei um documento que foi encaminhado a Brasília para buscar estudos sobre o metrô. Portanto, é um tema que vem de longe. E, como V. Sas têm bem dito aqui, é difícil, mas precisamos sonhar, precisamos visualizar uma cidade para o futuro. Com isso, esta Cidade terá, sim, o metrô, dentro de uma série de outros modais, que eu também concordo necessários; uns contra, outros a favor. Mas o metrô, inquestionavelmente, é um equipamento de transporte coletivo dos mais modernos e dos equipamentos que melhor buscam atender aos anseios dos cidadãos das grandes cidades, e Porto Alegre se investe nele. A partir dessa posição de que a visão estratégica de futuro da cidade de Porto Alegre precisa estar no debate quotidiano das nossas autoridades, e sei que nossas autoridades estão pensando nisso também, acho que tivemos, na tarde de hoje, uma bela oportunidade, também, para compartilhar com os senhores esse tema, que é palpitante, e nós, com a presença dos senhores, nos enriquecemos com alguns conhecimentos que não tínhamos.

Quero dizer, em nome da minha Bancada, a do PSB, da importância de estar aqui trazendo esta mensagem: Porto Alegre é uma cidade belíssima, centro de referência no nosso Mercosul, Cidade de importância no contexto nacional, e ela precisa, sim, deve, sim, e será uma das Cidades que deverá estar contemplada com linha de metrô. Acredito e anseio, ao menos, que o início de implantação dessas linhas seja o mais rápido possível antes da Copa do Mundo. Obrigado. Um abraço a todos.                      

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Gostaria de insistir em algumas questões, já que tomamos um conjunto de medidas na Mesa Diretora. Quero fazer um apelo a todos os Vereadores e a todos que nos ouvem neste momento para o nosso projeto-piloto de segurança preventiva aqui nesta Casa. Amanhã, sexta-feira, e nas próximas sextas-feiras, vamos fazer uma experiência de verificação da entrada de pessoas neste recinto. Aqui é a Casa do Povo, queremos que mais e mais pessoas nos visitem, mas temos que ter um controle rigoroso em relação às entradas. Portanto, vamos solicitar que todos os funcionários usem o crachá devido de funcionário estável; assim também os cargos de confiança e os nossos estagiários; os há gabinetes que têm colaboradores de fora recebem um crachá especial para disponibilizar aos que não são servidores desta Casa. Faço um apelo para que amanhã a gente comece isso com muita determinação e com muito vigor, para que o projeto-piloto efetivamente vingue.

Depois da fala dos Srs. Vereadores e das Sras Vereadoras, quero disponibilizar, novamente, a palavra ao Secretário Senna, para que faça as suas considerações finais.

 

O SR. LUIZ AFONSO SENNA: Obviamente, as questões de mobilidade afetam o cotidiano das pessoas, estão na vida diária das pessoas e fazem parte da vida de todos os cidadãos: usuários ou não do transporte privado, usuários ou não do transporte público, pedestres, ciclistas, motociclistas, etc. Entre todas as modalidades, nós precisamos sempre utilizar aquelas que são as mais convenientes para o conjunto da população. Então, temos, obviamente - o Ver. Beto Moesch mencionou isso -, a necessidade de uma diversidade de ofertas para atender a esses diferentes grupos. Eu acho que Porto Alegre, hoje, já pode se orgulhar. Sem dúvida nenhuma, nós temos um dos melhores sistemas de transporte público do País. Nós temos sistema de ônibus, temos uma frota de ônibus cuja idade média é de cinco anos; não há nenhuma Capital brasileira, nenhuma cidade brasileira com uma média menor do que esta. Então, uma série de elementos no transporte público de Porto Alegre diferencia esta Cidade das demais cidades.

Foi mencionado também o caso dos lotações. Eu queria só fazer uma pequena correção à Verª Sofia Cavedon, dizendo que o Plano Diretor Cicloviário está nesta Casa para ser aprovado. Ele já foi desenvolvido, está pronto! Só falta agora ser incorporado, e eu acho que ele deve, de alguma forma, fazer parte da discussão do Plano Diretor como um todo. É uma oportunidade fantástica que Porto Alegre vai ter de dispor - como no Plano apresenta - de cerca de 500 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas. Mas o fundamental que o Plano apresenta é a possibilidade de integrar as ciclovias, integrar a possibilidade do uso da bicicleta também ao transporte público, quer seja ele o metrô, quer seja o transporte por ônibus.

Um ponto importante que a gente tem que lembrar mais uma vez, quando vem a Trensurb, que é a representante do modal metrô, que vai construir e administrar a Linha 2 do metrô - já administra a Linha 1 -, é que haverá uma integração entre os diferentes projetos dos três âmbitos: metropolitano, urbano e da empresa, que é uma empresa federal. O Município diz que há uma integração, mas há quem diga que não; pois estão aqui dois representantes afirmando que ela existe. O que vai acontecer com a iminência de o metrô ser concluído antes da Copa, ou seja, disponível para a Copa, é que, obviamente, os projetos de requalificação dos corredores de ônibus de Porto Alegre vão ter de se adaptar a essa realidade, isso é inevitável, inexorável. E é muito importante que, nesse estudo desenvolvido pelo GEI - Grupo Executivo de Integração -, pelas três instâncias de Poder - União, Estado e Município -, haja um olhar, também, para a requalificação do transporte por ônibus. Então, o que temos hoje de extremamente importante é a integração, talvez única em nível de Brasil.

Para finalizar, Srs. Vereadores, nós temos algumas emergências em termos de transporte e de mobilidade na nossa Cidade, para as quais o metrô se enquadraria perfeitamente. Nós temos uma realidade em relação aos automóveis no País: o número de automóveis vai crescer exponencialmente nos próximos anos. E isso é o resultado de uma questão muito pragmática, muito simples: ocorre que o tamanho da classe média brasileira vai dobrar nos próximos quinze anos. Essas são as expectativas, fruto de uma estabilidade econômica, de um crescimento econômico do País, que vai voltar, fruto, inclusive, de políticas que vêm sendo adotadas pelo Governo Federal. E eu vou dar um exemplo: a redução do IPI, para que se vendam mais automóveis, para que não se reduza o emprego nas fábricas e a atividade econômica do País. E esses carros vão para onde? Para as vias das nossas cidades, entre elas, Porto Alegre. O que nós temos de fazer - e está sendo feito nas grandes cidades no mundo inteiro e também nas grandes capitais brasileiras - é um investimento maciço, pesado, em transporte público. E o metrô, dentro dessa realidade, é extremamente fundamental.

Não significa que seja um ou outro - esta seria uma discussão burra, no sense e não compatível com o desenvolvimento, com o nível que Porto Alegre conseguiu atingir através dessa integração que se vem trabalhando. O que nós temos hoje em Porto Alegre, eu insisto, não é uma disputa para saber qual é o melhor projeto, o mais bonito, ou o que vai render mais votos; o que nós estamos discutindo hoje é a possibilidade de integração desses projetos. E isso tem sido conseguido.

Fecho aqui com o meu agradecimento por poder participar deste evento importante na Câmara, dizendo o seguinte: o grande desafio que nós temos agora - e todos os Vereadores que eu ouvi saudaram essa iniciativa, e essa é uma iniciativa da Trensurb, e, eu insisto, mais do que respaldada pelo Município, nós somos o principal interessado nisso - é viabilizar a implantação desse projeto, que não é do Governo A, do Governo B ou do Governo C; é da cidade de Porto Alegre, que há décadas espera que isso aconteça. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Nós é que agradecemos a sua presença e colaboração, Secretário Senna, que representa aqui a EPTC, a Prefeitura Municipal.

O Engenheiro Humberto Kasper, da Trensurb, está com a palavra.

 

O SR. HUMBERTO KASPER: Há algumas questões que foram levantadas e que rapidamente vou mencionar porque são fundamentais. A integração dos modos de transporte, uma cultura voltada para o transporte público e a substituição, pelo menos parcial, da opção pelo transporte individual são elementos absolutamente necessários. Foi bem dito aqui: para que tenhamos condições de ter políticas restritivas ao uso do automóvel, quando isso for necessário, talvez estejamos chegando a essa situação, como várias cidades do mundo têm adotado políticas de pedágio, políticas de controle de uso de veículo individual, nós temos que oferecer como alternativa uma qualificação significativa do transporte público. É verdade, como disse o Secretário Senna, se nós olharmos de modo individualizado nosso sistema de transporte, seja o sistema de ônibus de Porto Alegre, seja o sistema lotação, individualmente, veremos que os sistemas são de boa qualidade.

O grande problema que nós enfrentamos é que, na verdade, nós não precisaríamos ter esse volume de ônibus nos corredores e no Centro da Cidade - são 33 mil ônibus que entram e saem do Centro da Cidade. E por que isso acontece? Isso é que desqualifica, não é a qualidade individual dos prestadores de serviço público na área de transporte que está sendo questionada aqui. É que, na verdade, precisamos reestruturar, rearranjar, reconfigurar o nosso sistema de transporte e, para isso, precisamos ter um plano que integre e que faça uma reversão das opções modais feitas até agora. Eu concordo plenamente, quer dizer, o metrô deve ser o grande estruturador de uma nova cultura de opção pelo transporte público, o que só o metrô pode efetivamente trazer.

Podemos olhar, por exemplo, o metrô de São Paulo. O metrô de São Paulo consegue fazer com que a classe média, não só pela condição de dificuldade de locomoção com automóvel, mas também pela qualidade do serviço, opte por andar de metrô. Temos, evidentemente, de criar condições para uso de outros modos, tipo bicicleta. Nós aqui no Sul, infelizmente, os gaúchos, ainda temos uma cultura pouco desenvolvida nesse âmbito, mas, lá na Trensurb, também estamos trabalhando e já criamos toda uma regulamentação, para que o usuário possa, em determinados horários, utilizar e carregar a bicicleta dentro do trem. Estamos, agora, reformulando o layout interno dos nossos veículos, de modo que tenha espaço para que as pessoas possam acomodar, adequadamente, as suas bicicletas e fazer parte da viagem com bicicleta, parte da viagem com trem e continuar a viagem com bicicleta. Então, essa é uma cultura, é um pouco europeu isso, mas é possível, é só fazermos um esforço.

Mas acho que o grande esforço que temos que fazer é planejar, de forma integrada, o transporte público, de modo a superar a situação que hoje temos de fragmentação dos sistemas, que são bons, mas são fragmentados, porque não se integram, não se complementam, se sobrepõem, disputam passageiros dentro de Porto Alegre, os metropolitanos com os municipais, não é possível isso. Não é possível trazer ao Centro da Capital essa quantidade de ônibus metropolitanos a menos de meia carga. Eu sou obrigado a dizer isso aqui, essa é uma questão que tem que ser enfrentada, não em prejuízo dos transportadores metropolitanos, pois a sabedoria econômica já mostrou algumas coisas. No caso da Linha 1, algumas empresas tipo as empresas intermunicipais de São Leopoldo e Esteio, que fazem transporte, optaram por praticamente eliminar o transporte a Porto Alegre, porque, economicamente, é mais vantajoso integrar com o trem. Por que trazer, vazio ou semivazio, um ônibus de Esteio ou Sapucaia até Porto Alegre gastando combustível, poluindo e consumindo recursos? Nós temos que mudar a cultura também dos nossos transportadores, eles devem fazer parte do projeto, eles têm que estar integrados, os operadores têm que estar integrados, e, em especial, acho que nós temos que fazer um esforço de os operadores da Capital serem os grandes parceiros na viabilização desse projeto.

Sobre a compatibilização: temos que criar condições de integração intermodal, inclusive para automóveis, para que o cidadão possa chegar a uma estação intermodal no cruzamento da 3º Perimetral com a Av. Bento Gonçalves, ou na Estrada João de Oliveira Requião, ou na Av. Azenha, e deixar ali o automóvel. Isso é o que temos que criar, os terminais intermodais têm que ter esta função: espaço para bicicleta, para ônibus e para o automóvel privado, inclusive.

São passíveis de compatibilização os projetos recentes da Prefeitura, como o dos Portais da Cidade, com o metrô. Isso é possível a partir das simulações; foram considerados, nas simulações, todos os projetos, inclusive os Portais da Cidade. Agora, nós temos que os compatibilizar tecnicamente, não podemos, como eu já afirmei, fazer um túnel para ônibus pela Av. Borges de Medeiros e um túnel para metrô, isso não pode acontecer, isso tem de ser compatibilizado; nós não podemos fazer um portal ou um terminal de integração só para ônibus na Azenha e outro para metrô, tem que ser um único terminal.

Então, em relação a essas questões, o Secretário Senna e nós, Trensurb, juntamente com o Estado, a Metroplan, temos que sentar, retomar os trabalhos que são necessários, principalmente dar consequência ao nosso último protocolo, assinado no ano passado, entre Governo Federal, Estado e Prefeitura, prevendo uma estrutura ampliada, executiva e integrada para resolver essas questões pendentes. Mas é possível, sem dúvida, chegar a um bom termo, temos que fazer os projetos, no mínimo, de forma compatibilizada. Agora, ninguém acredita, não é? Essa é a questão, poucos acreditam - talvez mais do que há pouco tempo. Mas vivemos uma situação favorável hoje para o transporte público do País: a crise, infelizmente, pode gerar desemprego, mas a crise também está trazendo toda uma opção governamental de ampliar investimentos em infra-estrutura de modo a compensar a perda que talvez a gente tenha com a crise nas exportações.

Há toda uma política voltada a jogar recursos na infra-estrutura, e o Brasil está preparado hoje, talvez seja um dos países mais bem preparados para enfrentar a crise mundial. Não é por nada que a Hyundai, que lidera uma grande corporação coreana, quer instalar uma fábrica de automóveis em Goiânia, quer trazer uma fábrica de trens para o Brasil através da Rotem - estão vendendo os trens para a Linha 4 do metrô de São Paulo. Por que querem vir para cá? Porque aqui a expectativa é de crescimento, um dos poucos países em que, a curto prazo, podem retomar ou continuar crescendo, mesmo em níveis baixos. Então, nós estamos num momento favorável.

Para quem não acreditava - e poucos abnegados acreditavam -, nós, recentemente, conseguimos incluir no PAC a obra de 9,13km de expansão do trem de São Leopoldo a Novo Hamburgo. São aproximadamente 700 milhões de reais. Este ano, 200 milhões de reais sendo previstos para serem executados - e nós estamos sendo cobrados para executar isso este ano. Estamos “nos vendo feios”, vamos usar a expressão, para ter condições - inclusive o próprio consórcio vencedor - de executar isso. Então, se Novo Hamburgo e São Leopoldo, através da União, das suas Prefeituras, das suas comunidades, de uma Comissão da Câmara de Vereadores de São Leopoldo presidida pelo Vereador do PSOL, conseguiram mobilizar, juntar forças, unir politicamente todos os Partidos, todas as Bancadas Federais, se conseguiram 700 milhões de reais, conseguiram nos ajudar a liberar o processo que estava há seis anos no TCU, se hoje temos essa obra inscrita no PAC com o esforço do Ministro das Cidade, Márcio Fortes, e o apoio da Ministra Dilma, por que Porto Alegre não pode conseguir 1,5 bilhão de reais? Porto Alegre tem que se alçar; vai perder para Novo Hamburgo e São Leopoldo? Não, vamos usar os exemplos; temos que nos unir do mesmo jeito. Não podemos conflitar, disputar projetos; temos que complementar os projetos, integrá-los, esse é o esforço conjunto. É o meu recado.

O projeto da expansão São Leopoldo e Novo Hamburgo, o projeto do aeromóvel ligando o Aeroporto Internacional à Estação Aeroporto Salgado Filho, mais o metrô de Porto Alegre foram encaminhados como três grandes projetos de infra-estrutura para preparar Porto Alegre para a Copa do Mundo. Isso foi feito em conjunto: a própria Prefeitura, através do seu Secretário Especial de Infra-Estrutura, nos apoiou, junto com a sua equipe, a Trensurb encaminhou, e estamos a ponto de conseguir ter essa obra inscrita no PAC. Agora cabe aquele esforço coletivo final que envolve a Câmara de Vereadores, a Prefeitura, o Estado e a Bancada gaúcha, bem como a Assembléia Legislativa. Até maio, a decisão será tomada; até maio, serão definidos recursos para a Cidade em termos de infra-estrutura. E nós estamos na expectativa de que seja lançado o PAC da Mobilidade, casado com as cidades que vão ser sede da Copa do Mundo.

Então, temos esse curto espaço, e acho que todo o esforço coletivo da Cidade tem que ser feito, através das suas instituições, das suas organizações sociais, no sentido de garantir que Porto Alegre não fique de fora. Curitiba tem o seu metrô, o Rio de Janeiro terá investimento no metrô, São Paulo também terá, Belo Horizonte terá, Recife está tendo, Fortaleza está tendo. É este o momento da história.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Falou o Sr. Humberto Kasper, pela Trensurb. Nós queremos dizer aos representantes da Trensurb e da Prefeitura que a Mesa Diretora, no próximo período, com as Lideranças partidárias, vai pautar a questão e verificar todos os mecanismos de continuidade desse processo, para que sejamos todos vitoriosos.

Quero chamar a atenção das Sras Vereadoras e dos Srs. Vereadores que temos ainda outros pontos de pauta e que a Sessão vai continuar. Eu queria agradecer ao Humberto Kasper, ao Luiz Afonso Senna, ao Professor Michel, ao Paulo Amaral, ao Emílio Merino, ao Marco Kapel Ribeiro, a todos que colaboraram conosco nesta tarde.

Vou dar um minuto para as despedidas, e continuaremos com as Lideranças partidárias que ainda não usaram o seu tempo e, depois, com a discussão de Pauta.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 17h30min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell - 17h31min): Estão reabertos os trabalhos da presente Sessão. Vou aproveitar este pequeno período para apregoar a Declaração de Impedimento do Ver. Adeli Sell, 1º Vice-Presidente, para assumir a presidência na segunda e terça-feira, nos dias 23 e 24, portanto o Ver. Toni Proença, 2º Vice-Presidente, assumirá a presidência nesses dois dias.

Em votação Requerimento de autoria do Ver. Ver. Beto Moesch, solicitando a retirada de tramitação do PR nº 028/08. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Eu queria solicitar ao Ver. Toni Proença que dirija os trabalhos no próximo período, a fim de que eu possa usar a Tribuna para uma Comunicação de Líder pela Bancada do meu Partido, já que fui escalado para essa intervenção.

 

(O Ver. Toni Proença assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Ver. Toni Proença, na presidência dos trabalhos; colegas Vereadoras, colegas Vereadores, esta tarde foi extremamente importante, Verª Juliana Brizola, porque nós inauguramos uma nova modalidade de discussão nas quintas-feiras, com grandes temas e com uma ampliação do tempo de Comunicações. Quero voltar a repetir aqui o que eu disse anteriormente: é importante quando a gente chega a alguns consensos, e nós estamos nos aproximando de alguns consensos acerca da ampliação do metrô. Mas esses consensos não nos impedem de fazer as críticas ao Governo Municipal naquilo que devemos criticar, inclusive na área de mobilidade urbana, de circulação e transporte, porque ninguém esqueceu ainda na Cidade o que aconteceu na segunda-feira: a falta de entrosamento entre as Secretarias do Município de Porto Alegre. E ontem, de uma forma muito vexatória, nós frequentamos páginas de jornais, nós frequentamos a web, a rede mundial de computadores, com fotos, e também as telas das televisões: uma parada de ônibus virou um galinheiro. E viramos chacota internacional. Isso não pode voltar a acontecer em Porto Alegre, Ver. DJ Cassiá, pois é vergonhoso para Porto Alegre.

E não é fortuito que isso tenha acontecido. Ontem, de manhã cedo, ao abrir o meu computador, uma pessoa me chamava à atenção de que a notícia já estava no Portal Terra. E dizia finalmente: “Não sou apenas que se queixa das paradas de ônibus”. Eu fiz um Pedido de Informações para a Prefeitura, porque, afinal de contas, perguntar não ofende - pena que a Liderança do Governo não esteja presente para responder pelo Governo Municipal, mas está a Vice-Liderança do Governo -; então eu pergunto o seguinte: por que não fizeram licitação para o mobiliário urbano?! Está na lei! Está no Decreto há mais de um ano e meio, ou há mais tempo, acho que foi em 2006, portanto eu estou fazendo contas erradas aqui, são três anos.

As paradas antes eram licitadas e, durante cinco anos, havia publicidade, e o empreendedor, com a publicidade, pagava a parada, limpava e mantinha a parada. Agora, tudo é desculpa do vandalismo. É verdade que Porto Alegre é uma cidade onde o vandalismo é brutal, mas, se houvesse fiscalização, Engenheiro João Pancinha, meu caro Vereador, não haveria os problemas que está havendo. Se for problema de falta de fiscais, contratemos fiscais, afinal de contas, precisamos ter um Estado que seja fiscal da coisa pública, porque aqui os fiscalizadores com voto popular somos nós, mas nós não podemos ir lá e multar alguém; nós podemos é denunciar. Então, por que a gente não faz uma licitação do mobiliário urbano? Qual é o problema? Briga de empresas, “briga de beleza” dentro da Prefeitura? Já me disseram, e o Líder do Governo não está aqui para responder, que tem briga entre duas Secretarias. Enquanto isso, no Rio de Janeiro, em Salvador, em Recife, nós temos belas paradas de ônibus, novas, bonitas, paradas que a iniciativa privada está pagando.

Olhem as bancas de jornais. Eu sei que tem um Secretário que está meio mordido com o Ver. Luiz Braz, comigo e com outros Vereadores, porque mudamos a lei das bancas de revista. Não me venham com papo-furado, porque elas estão muito melhores. Elas estão limpas, com tinta antipichação e são limpas de trinta em trinta dias. E nós mudamos, sim, demos condições de vender algumas quinquilharias a mais, porque, afinal de contas, o jornaleiro, normalmente, é um homem ou uma mulher, são os operadores familiares. É uma espécie de ambulantes que estaciona, porque tem uma banca, mas não são pessoas ricas, não são grandes empresários. E eu não sei por que essa má vontade com as bancas de revista e com a tal da publicidade, porque são mais bonitas as publicidades com aquela iluminação nas bancas de revista, nas paradas de ônibus, do que esse lixo, do que esse vandalismo, dessa barbaridade que aconteceu. Não é fortuito que as emissoras de rádio, de televisão, jornais deram muita ênfase a essa questão nesta semana.

E nós usaremos esta tribuna, quantas vezes forem necessárias, para perguntar, porque, afinal de contas, perguntar não ofende. É como dizia o Líder da Bancada do PTB certa feita para mim: responder também não ofende. Se o Ver. Valter Nagelstein me responder na semana que vem, não vou ficar brabo, muito pelo contrário, vou gostar, porque posso comunicar isso à população de Porto Alegre. Volto a insistir: perguntar não ofende. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Ver. Adeli Sell.

O Ver. João Pancinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO PANCINHA: Sr. Presidente, Ver. Toni Proença; Vereadores e Vereadoras, telespectadores do Canal 16 e da Rádio Câmara, platéia da galeria, trago também aqui algumas boas notícias. O contraditório é sempre positivo. Acredito que a oposição, quando contributiva, é muito bem-vinda. Como faz normalmente o nobre Ver. Adeli Sell. No dia de ontem, em uma ação conjunta, comprovando a transversalidade do Governo, a SMAM, o DEP e o DMLU firmaram o tão esperado acordo para a dragagem do arroio do Salso. Isso é uma demanda que vem sendo estendida e prolongada por muitos anos. O arroio do Salso está numa situação calamitosa. Aquelas famílias à margem, as chamadas famílias ribeirinhas, Ver. DJ Cassiá, sofrem a cada dia de chuva com os alagamentos constantes, e isso é falta da dragagem. Finalmente, depois de vários e vários anos, a dragagem será feita. Todos os condicionantes de que necessitavam para a liberação, por parte do meio ambiente principalmente, foram acordados, Ver. Mario Manfro, e serão executados com o menor risco possível ao meio ambiente.

A partir da semana que vem, acredita-se que uma nova licença de instalação, após esse acordo entre as três Secretarias, será feita. Prevê-se que, de 45 a 60 dias, esteja concluída aquela dragagem do arroio do Salso. O que vai trazer um benefício para aquela comunidade, vai trazer uma cidadania para aquela comunidade da Zona Sul de Porto Alegre. E tenho certeza de que Porto Alegre - a partir dessa construção das Secretarias, da construção da transversalidade -, Ver. Mauro Pinheiro, avança nesse sentido.

Então eu trago aqui essa boa notícia, principalmente para a comunidade daquela região da Zona Sul, que, muitas vezes, esteve nesta Casa, esteve na CUTHAB, esteve na Comissão de Meio Ambiente, solicitando essa dragagem; como eu frisei, há muitos e muitos anos ela era esperada, finalmente, dentro dos próximos dias, será iniciada. E todos os condicionamentos passaram por uma negociação. O DEP vai fazer a dragagem, vai depositar o material para que ele seja seco em local fiscalizado pela SMAM, e o DMLU vai fazer o transporte desse material, possibilitando essa dragagem e a melhoria de vida à nossa comunidade da Zona Sul. Trago essa boa notícia e tenho certeza de que esse tipo de acordo entre as Secretarias vai trazer muitos benefícios a toda comunidade de Porto Alegre. Muito obrigado pela atenção.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Não há mais nenhuma Liderança inscrita.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 1091/08 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 005/08, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que concede a Comenda Porto do Sol à Atriz Maria Della Costa (Gentile Maria Marchioro Polloni).

 

PROC. Nº 6535/08 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 267/08, de autoria da Verª Sofia Cavedon, que denomina Recanto Ana Maltz Knijnik o lago artificial localizado no Parque Moinhos de Vento.

 

PROC. Nº 7009/08 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 283/08, de autoria da Verª Margarete Moraes, que denomina Praça Tiaraju Carlos Gomes o logradouro público cadastrado, conhecido como Praça 7175, localizado no Bairro Restinga.

 

PROC. Nº 0533/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 008/09, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que altera o inc. I do art. 12 da Lei nº 10.605, de 29 de dezembro de 2008 - que consolida, no Município de Porto Alegre, a legislação que dispõe sobre o comércio ambulante e a prestação de serviços ambulantes nas vias e nos logradouros públicos, sobre a publicidade nos equipamentos desse comércio e dessa prestação de serviços e revoga as Leis nos 1.923, de 30 de dezembro de 1958; 3.187, de 24 de outubro de 1968; 3.397, de 2 de julho de 1970; 4.555, de 30 de abril de 1979; 4.860, de 15 de dezembro de 1980; 5.863, de 12 de janeiro de 1987, e 7.865, de 22 de outubro de 1996 -, estendendo a autorização de comércio ou prestação de serviços de que trata essa Lei para veículos automotores que possuam até 15 (quinze) anos de tempo de fabricação.

 

PROC. Nº 0877/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 032/09, de autoria da Verª Sofia Cavedon, que denomina Rua Eva da Veiga Santos o logradouro público não-cadastrado, conhecido como Rua Cinco – Vila Pitinga.

 

PROC. Nº 0957/09 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 005/09, de autoria do Ver. Sebastião Melo e outros, que revoga leis complementares, leis ordinárias e dispositivos dessas leis, de caráter autorizativo e de origem do Legislativo Municipal, com sanção ou promulgação a partir de outubro de 1988.

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. Visivelmente não há quorum.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h43min.)

 

* * * * *